Altos e baixos

TenisVesting: entenda os fatores que geram instabilidade na performance dos jogadores de tênis e os que geram volatilidade e impactam o desempenho dos investimentos

Por Andrea Masagão Moufarrege, Team Leader - Investment Funds Specialists

3 minutos de leitura
Imagem ilustrativa traz o cenário e um quadra com uma bola de tênis em foco, ao lado, está escrito TenisVesting
Crédito: Getty Images

🎾Quais são os fatores que geram instabilidade na performance dos jogadores de tênis?

📈Quais são os fatores que geram volatilidade e impactam a performance dos investimentos?

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📈 Vamos tentar entender o lado do tênis observando com atenção a final de Roland Garros 2024. Alexander Zverev x Carlos Alcaraz. Jogam 5 sets em 4h20 minutos de muita emoção em uma partida marcada pela instabilidade dos dois jogadores, resiliência do Alcaraz e dificuldade de ganhar do Zverev.

Alcaraz começa dominando, leva o primeiro set por 6x3 em estratégia que anula o jogo do Zverev, mas não consegue manter o nível e sucumbe a um Zverev bem mais consistente, perdendo por 2x6 no segundo set. Alcaraz recupera-se no início do terceiro, mas perde novamente a consistência, comete 15 erros não forçados e, apesar de ter aberto 5x2, perde por 5x7. Com 2x1 em sets depois de uma virada incrível, Zverev não mantém o foco, permite que o Alcaraz abra 4x0 e perde por 6x1 com 12 erros não forçados, sem conseguir usar bem sua melhor arma, o saque.

Altos e baixos de ambos os jogadores marcaram os primeiros 4 sets. O 5º set começou novamente com erros dos dois lados, com o Zverev perdendo seu saque de zero e o Alcaraz quase cometendo o mesmo erro no game seguinte, mas recuperando-se de um 0–40 para fazer 3x1 e fechar o set em 6x2 e a partida.

Uma tabela com estatísticas detalhadas de um jogo de tênis entre dois jogadores: Zve e Alc.  MATCH:  Primeiro saque: Zve 73%, Alc 60% Pontos vencidos com primeiro saque: Zve 63%, Alc 65% Break Points convertidos: Zve 26% (6/23), Alc 56% (9/16) Winners: Zve 38, Alc 52 Erros não forçados: Zve 41, Alc 56 Set 1:  Primeiro saque: Zve 74%, Alc 62% Pontos vencidos com primeiro saque: Zve 48%, Alc 77% Break Points convertidos: Zve 50% (1/2), Alc 60% (3/5) Winners: Zve 3, Alc 8 Erros não forçados: Zve 10, Alc 10 Set 2:  Primeiro saque: Zve 83%, Alc 62% Pontos vencidos com primeiro saque: Zve 80%, Alc 63% Break Points convertidos: Zve 29% (2/7), Alc 0% (0/0) Winners: Zve 9, Alc 8 Erros não forçados: Zve 4, Alc 14 Set 3:  Primeiro saque: Zve 72%, Alc 60% Pontos vencidos com primeiro saque: Zve 78%, Alc 60% Break Points convertidos: Zve 40% (2/5), Alc 50% (1/2) Winners: Zve 14, Alc 15 Erros não forçados: Zve 5, Alc 12 Set 4:  Primeiro saque: Zve 59%, Alc 71% Pontos vencidos com primeiro saque: Zve 46%, Alc 59% Break Points convertidos: Zve 25% (1/4), Alc 60% (3/5) Winners: Zve 7, Alc 8 Erros não forçados: Zve 8, Alc 10 Set 5:  Primeiro saque: Zve 75%, Alc 52% Pontos vencidos com primeiro saque: Zve 56%, Alc 71% Break Points convertidos: Zve 0% (0/5), Alc 50% (2/4) Winners: Zve 5, Alc 13 Erros não forçados: Zve 10, Alc 9
Fonte: tenisnerd.net

A instabilidade de performance nas quadras pode ser gerada por:

  • fatores físicos: como lesões e fadiga;
  • fatores psicológicos: como pressão mental, nível de confiança e foco;
  • fatores técnicos: como habilidades em golpes;
  • fatores sociais: expectativa pela vitória.

Em sua entrevista após o jogo, Zverev apontou ter sentido fisicamente no quarto set as 15,9 horas em quadra que passou para chegar à final, mas, na minha opinião, os fatores psicológicos e sociais podem ter sido decisivos para impedi-lo de ganhar seu primeiro Grand Slam.

Zverev deixou escapar o US Open em 2020, tomando uma virada histórica de Dominic Thiem na final. Esse momento pode ter voltado a sua mente ao longo do jogo. A expectativa de vitória depois de um esforço tremendo para voltar da grave lesão no tornozelo em 2022 também pode ter pesado.

A minha torcida ele sempre terá para sagrar-se, também em um Grand Slam, o grande campeão que é.

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Agora para entender melhor os fatores que geram volatilidade nos mercados e impactam a performance dos investimentos é preciso dar um passo atrás e definir o que é volatilidade.

Volatilidade é uma forma de representação de risco por uma medida estatística que indica a magnitude das variações de preço de um ativo financeiro ao longo do tempo por meio da dispersão dos retornos históricos. É medida como o desvio padrão dos retornos diários, semanais ou mensais de um ativo.

A volatilidade é uma das principais medidas para avaliar o risco de um ativo e é essencial para o desenvolvimento de estratégias de negociação de opções e outros derivativos. Além disso, ajuda na construção de um portfólio equilibrado em que ativos com diferentes níveis de volatilidade podem ser combinados para minimizar o risco geral.

Em investimentos, a volatilidade pode ser gerada por fatores que impactam os mercados de forma mais ampla, tais como indicadores econômicos, eventos geopolíticos ou ambientais. A volatilidade de indicadores tanto de renda fixa quanto de renda variável, por exemplo, subiu bastante em eventos como a crise de 2008 ou em 2020 com a Covid. Esses são momentos de grande complexidade em que a busca por diversificação fica mais difícil, pois os ativos em geral seguem uma mesma tendência negativa.

Fatores mais específicos como a divulgação de resultados de empresas ou inovações tecnológicas impactam mais diretamente a performance de empresas com ações cotadas em bolsa e por consequência a volatilidade da renda variável.

Já ativos de renda fixa são mais sensíveis a variações nas expectativas de inflação, taxas de juros, liquidez e qualidade do crédito dos emissores.

Uma tabela comparativa de diferentes índices financeiros, suas classes de ativos e suas volatilidades.  Índice:  CDI Classe de Ativo: Pós Fixada Volatilidade: 0,26% IRF-M Classe de Ativo: Pré Fixado Volatilidade: 3,84% IHFA Classe de Ativo: Multimercado Volatilidade: 5,13% IMA-B Classe de Ativo: Juro Real Volatilidade: 7,19% Dólar Classe de Ativo: Câmbio Volatilidade: 14,94% Ibovespa Classe de Ativo: Bolsa Brasil Volatilidade: 25,83% A fonte dos dados é a Quantum Axis, com base nos últimos 60 meses corridos (diária), de 01/06/2019 até 31/05/2024.

Note como a volatilidade de cada classe de ativos é diferente. É interessante observar a proporção entre elas. Por exemplo, a volatilidade do IMA-B, que é um índice formado por títulos públicos indexados à inflação medida pelo IPCA, é mais que o dobro da volatilidade do IRF-M, que é o índice que mede títulos de renda fixa prefixados. Já a volatilidade de Bolsa Brasil (Ibovespa) é mais que 5 vezes maior que a volatilidade de fundos multimercados (IHFA).

O profundo conhecimento e acompanhamento de cada um desses fatores combinados com ferramentas estatísticas e o uso intensivo de derivativos gera oportunidades de geração de fontes de retorno que vão além do próprio ativo e focam na forma que os ativos variam. Os que dominam essas técnicas tornam-se traders ou gestores de volatilidade e podem gerar altos retornos tanto em momentos de alta quanto de baixa dos ativos.

🎾📈 A instabilidade nas quadras e a volatilidade nos mercados podem ser prejudiciais na construção de performance para tenistas e investidores. No entanto, os grandes tenistas encontram soluções para vencer mesmo que não estejam em seus melhores dias e os grandes investidores usam até o risco para gerar mais retorno.

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🎾2024 Roland Garros Final

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