Atividade mostra força nos EUA em novembro
No Radar do Mercado: PMI dos EUA supera expectativas do mercado e levanta dúvidas sobre novo corte de juros; já na Europa, apesar de crescimento em serviços, atividade continua em retração
Por Itaú Private Bank
O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto dos EUA avançou 1,2 ponto, para 55,3, acima da expectativa do mercado, que era de 54,3. Com isso, o índice se manteve acima dos 50 pontos, limiar que indica se a atividade está em expansão (acima) ou em contração (abaixo).
O componente relacionado ao setor manufatureiro segue em patamar contracionista, com ligeira alta de 48,5 para 48,8. Já o componente de serviços seguiu em expansão, com alta de 2 pontos, para 57,0, acima da expectativa do mercado (55,0).
Nossa visão: os dados de novembro acima do esperado pelo mercado reforçam o quadro de atividade resiliente, liderada pelo setor de serviços. O indicador referente à indústria, no entanto, segue sinalizando desempenho frágil do setor no curto prazo.
Atividade em retração na Europa
Na Zona do Euro, o PMI composto recuou de 50,0 para 48,1 pontos em novembro, indicando que a atividade passou a registrar retração. O resultado veio bem abaixo da expectativa do mercado, que esperava estabilidade no indicador.
O resultado seguiu sendo puxado pelo setor de serviços, que retraiu de 51,6 para 49,2, abaixo da expectativa do mercado (51,6). Já o PMI de manufatura seguiu em território contracionista, registrando queda de 0,8 ponto em novembro, para 45,2 pontos, também abaixo das projeções de mercado.
Olhando a abertura do dado por países, o destaque negativo fica com a França, que apresentou uma queda expressiva de 3,3 pontos no PMI composto, agora de 44,8. A Alemanha, por sua vez, também mostrou recuo, para 47,3 na mesma métrica. Ao excluir as contribuições desses dois países, o indicador passou a apresentar recuo, sinalizando que a atividade fora das principais economias do bloco também perde fôlego. A S&P destaca a incerteza política – tanto doméstica quanto externa – como um dos possíveis motivos pela fraqueza no mês.
Nossa visão: a leitura de novembro aponta para uma fraqueza adicional da economia europeia. Mesmo diante de um ciclo de cortes de juros e em um contexto de crescimento da renda real das famílias, o sentimento empresarial segue negativo e apontando para retração da atividade do bloco. O quadro de atividade fragilizada e uma inflação em direção à meta reforça a continuidade do ciclo de cortes pelo Banco Central Europeu na reunião de dezembro, com a precificação de mercado dividida entre uma manutenção do ritmo de corte, em 0,25 ponto percentual, ou uma aceleração do ritmo, para 0,50 p.p.
Private Talks
Já está no ar o terceiro episódio do Private Talks. Nele, você vai conhecer a história do Guy Perelmuter, fundador e CEO da GRIDS Capital, gestora de venture capital especializada em deep techs, startups baseadas em inovações científicas avançadas que focam em resolver problemas complexos globais. Confira:
💬 O que achou deste conteúdo?
Leia também
Leia também
Inflação dos EUA vem em linha com as expectativas do mercado
No Radar do Mercado: CPI dos EUA mantém em aberto a possibilidade de mais um corte de [...]
Ata do Copom: prolongamento do ciclo de aperto monetário?
No Radar do Mercado: documento divulgado hoje reconheceu que uma deterioração adicion [...]
Relatório Focus: à espera do fiscal, analistas revisam para cima inflação e câmbio
No Radar do Mercado: Focus mostra aumento nas projeções de inflação para os próximos [...]