Copom indica possível prolongamento do ciclo de alta de juros

Economia e Mercados: à espera do anúncio do pacote de cortes de gastos por parte do governo federal, Copom divulga ata ressaltando importância da medida para controle das expectativas e sinalizando possível prolongamento do ciclo de aperto monetário

Por Itaú Private Bank

7 minutos de leitura
Foto de um painel digital com vários números em vermelho e setas apontando para baixo.

Após elevar a Selic em 0,5 ponto percentual na semana passada, o Copom divulgou a ata da última reunião mencionando a possibilidade de prolongamento do ciclo de aperto monetário e reforçando a importância da sustentabilidade fiscal para a ancoragem das expectativas de inflação.

Em relação ao fiscal, o mercado passou mais uma semana aguardando o anúncio do pacote de controle de gastos que não veio, mas recebeu sinais de que algumas medidas podem ser estruturais. Enquanto isso, nos EUA, a inflação de outubro veio em linha com o esperado e reforçou a expectativa de continuidade do ciclo de corte de juros por parte do Fed.

Confira os detalhes do que foi destaque nesta semana:

Prolongamento do ciclo de aperto monetário?

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou nesta semana a ata da última reunião em que decidiram elevar a Taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 11,25% ao ano. O documento indicou que o ciclo de aperto monetário pode ser mais longo do que o inicialmente previsto caso as expectativas de inflação continuem desancoradas e destacou, entre outros, a importância da sustentabilidade fiscal para ancorar essas expectativas. Por ora, o comitê parece inclinado a manter o ritmo atual de aperto, algo que foi reforçado pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, dias depois, mas deixou a porta aberta para uma possível aceleração no ritmo de alta de juros, caso julgue necessário.

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Compasso de espera pelo pacote fiscal

As expectativas pelo anúncio do governo sobre o pacote de cortes de gastos foram frustradas mais uma vez nesta semana, mas o mercado recebeu sinais de que algumas medidas podem ser estruturais. As propostas cogitadas até o momento envolvem, entre outras, alterações no Benefício de Prestação Continuada (BPC), no seguro-desemprego, no Fundeb, nas vinculações de benefícios ao salário mínimo, além dos pisos constitucionais de saúde e educação e da previdência dos militares. Na nossa visão, o cumprimento do arcabouço fiscal em 2025 depende de ao menos R$ 25 bilhões de redução de despesas. Já para 2026, é necessário um ajuste adicional de ao menos R$ 35 bilhões, de modo que consideramos esse o valor mínimo necessário para que o pacote tenha sucesso em obter alguma redução na percepção de risco fiscal.

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Varejo avança menos do que o esperado em setembro

Segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada pelo IBGE nesta semana, as vendas do varejo ampliado avançaram 1,8% em setembro na comparação mensal, acima da nossa projeção (1,4%), mas abaixo da expectativa do mercado (2,3%). Já as vendas do varejo restrito, que desconsidera veículos, motos, partes e peças, além de material de construção, subiram 0,5% na comparação com o resultado de agosto, abaixo da nossa previsão (1,0%) e da do mercado (1,4%).

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Setor de serviços surpreende em setembro

O volume de serviços do Brasil cresceu 1,0% em setembro na comparação com agosto na série com ajuste sazonal, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada pelo IBGE. A leitura veio acima da nossa projeção e da mediana do mercado, ambas de 0,7%. Na comparação anual, a alta do setor foi de 4,0%, o sexto resultado positivo consecutivo. Em relação à nossa projeção, após uma surpresa negativa em agosto, setores importantes para a composição do PIB, como “serviços prestados às famílias” e “serviços profissionais, administrativos e complementares” surpreenderam para cima, mas o dado não altera nossa expectativa de alguma desaceleração econômica no terceiro trimestre deste ano, após um crescimento robusto no primeiro semestre.

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Inflação dos EUA em linha com as expectativas

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA registrou alta de 0,2% em outubro, mantendo o ritmo apresentado em setembro. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses está em 2,6%. Já o núcleo do indicador, que desconsidera itens mais voláteis, como alimentos e energia, avançou 0,3% no mês e manteve a taxa de 3,3% na comparação anual. As leituras, todas em linha com as expectativas do mercado, mantêm a avaliação de continuidade do ciclo de cortes de juros por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). A expectativa atual do mercado é de mais um corte de 0,25 p.p. na próxima reunião, mas será preciso aguardar os próximos dados de inflação, atividade e mercado de trabalho para ter mais clareza.

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