Encontro do FMI no centro das atenções

No Radar do Mercado: durante encontro do FMI, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, adotou um tom mais cauteloso com relação aos próximos passos do Copom

Por Itaú Private Bank

4 minutos de leitura

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participou ontem, 17, de eventos em Washington, nos EUA, durante encontros de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, adotando um tom mais cauteloso com relação aos próximos passos do Comitê de Política Monetária (Copom).

Roberto Campos Neto evitou se comprometer com os próximos passos na condução da política monetária. Ele afirmou que o Copom fará os ajustes conforme o cenário se desenvolver até o encontro de maio, sem descartar nenhuma alternativa, incluindo a possibilidade de uma redução no ritmo de cortes.

Vale lembrar que o Copom tem cortado a taxa Selic em movimentos de 50 pontos-base desde agosto de 2023. A ata da última reunião indicou outro corte de mesma magnitude em maio, se o cenário evoluísse conforme o esperado. No entanto, as incertezas em torno do cenário aumentaram, com a inflação nos EUA acima do esperado e o aumento do risco geopolítico levando a um movimento global de aversão ao risco, potencializado no Brasil pela crescente incerteza sobre a perspectiva fiscal.

7 assuntos em pauta no encontro do FMI

Nossa economista-chefe, Gina Baccelli, também está no encontro do FMI que reúne alguns dos maiores formuladores de política do mundo e um seleto grupo de investidores em discussões importantes sobre o cenário macroeconômico global. Gina destacou os assuntos que têm sido debatidos no evento para o nosso relatório The Weekly Globe. Confira alguns deles a seguir:

  • A atividade econômica americana surpreendeu por sua resiliência no primeiro trimestre. Por outro lado, há dúvidas quanto ao processo de desinflação, que perdeu ímpeto em patamar elevado.
  • O consenso é que, com os dados atuais, o Federal Reserve não tem a confiança necessária para iniciar o processo de corte nos juros. Na próxima atualização, em junho, é provável que as autoridades reduzam suas projeções de corte de juros previstos para 2024.
  • Há elevado nível de incerteza quanto ao resultado da eleição presidencial americana, com as pesquisas atualmente empatadas.
  • Há certo consenso de que não interessa a ninguém uma escalada no conflito no Oriente Médio. O preço do petróleo é visto como o principal canal de transmissão para a economia global, com possíveis impactos inflacionários.
  • A percepção de dólar forte continua, o que pode continuar pressionando as demais moedas, especialmente as de mercados emergentes.

Clique aqui para ler o relatório na íntegra.

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