EUA: Vendas no varejo mostram recuperação em julho; produção industrial registra retração
No Radar do Mercado: dados de atividade dos EUA do mês de julho indicam desempenho misto; na China, dados sinalizam menor crescimento no segundo semestre
Por Itaú Private Bank
Vendas no varejo mostram recuperação em julho
As vendas no varejo dos EUA subiram 1,0% em julho, acelerando na comparação com a leitura de junho, que foi revisada para baixo. O resultado veio acima das projeções do mercado (0,4%).
Ao excluir automóveis, as vendas no setor registraram alta de 0,4% na comparação mensal, superando as expectativas, mas ligeiramente abaixo do resultado anterior, que foi revisado para cima. Já ao excluir também postos de gasolina, houve alta de 0,4% nas vendas, também abaixo da leitura de junho.
O grupo de controle, que tem maior relação com o componente de consumo do Produto Interno Bruto (PIB) americano, desacelerou para 0,3% (ante expectativa de 0,1%), vindo de uma alta de 0,9%. De maneira geral, a leitura segue apontando para um cenário de consumo resiliente nos EUA, reduzindo os recentes receios acerca de uma desaceleração mais intensa da atividade.
Produção industrial registra retração
A produção industrial americana registrou queda de -0,6% em julho na comparação mensal, abaixo da leitura anterior, que foi revisada para baixo (0,3%) e da expectativa do mercado, que esperava uma retração menos intensa (-0,3%). A produção manufatureira também recuou -0,3%, com uma revisão para baixo da leitura de junho. Já a utilização da capacidade da indústria recuou para 77,8%, patamar abaixo da média de longo prazo e do resultado anterior, revisado para baixo. Ainda que o setor industrial americano venha mostrando fraqueza, a leitura fraca do mês de julho está diretamente ligada a questões temporárias que afetaram a produção, como greves no setor automotivo e os impactos do furacão Beryl.
China: dados de julho mostram desaceleração do crescimento
Segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês), a produção industrial chinesa desacelerou para 5,1% em julho na comparação anual, relativamente em linha com as expectativas do mercado (5,2%). O resultado foi impulsionado pelo menor ímpeto na manufatura e nos serviços públicos.
Os investimentos em ativos fixos acumulam alta de 3,6% no ano, na comparação com igual período de 2023, abaixo do esperado e moderando em relação ao resultado anterior (ambos em 3,9%). O resultado foi puxado pela manufatura e infraestrutura.
Já as vendas no varejo aceleraram para 2,7%, mas praticamente em linha com o consenso do mercado. Ao olhar a composição do varejo, houve uma melhora vendas de celulares e eletrodomésticos, ajudado também por efeito de base.
O setor imobiliário continuou a registrar fraco desempenho, com queda nas vendas e na construção. Por fim, a taxa de desemprego teve ligeira alta, para 5,2%.
Nossa visão: os dados de julho indicam uma moderação na manufatura e na infraestrutura, confirmando nossa visão de que o crescimento no segundo semestre será menor do que no primeiro semestre de 2024. Mantemos nossa previsão de crescimento para 2024 em 4,8%, considerando que os formuladores de políticas implementarão os estímulos fiscais já anunciados.
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