Fed mantém juros e projeta queda menor adiante
No Radar do Mercado: na reunião de hoje, o banco central americano decidiu manter o nível de juros; atualização das projeções do comitê sugere taxas de juros mais altas para 2025
Por Itaú Private Bank
O Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (FOMC, na sigla em inglês) manteve a taxa de juros americana no intervalo de 5,25% a 5,50% pela quinta reunião consecutiva. A decisão veio em linha com as expectativas do mercado.
O comunicado permaneceu praticamente inalterado. Segundo o comitê, a atividade econômica permanece em ritmo sólido. O mercado de trabalho continua forte, enquanto a taxa de desemprego seguiu baixa. Já a inflação desacelerou ao longo do ano, mas segue em patamar elevado.
O comitê reafirmou que irá considerar o efeito cumulativo do aperto já promovido, além dos efeitos econômicos e financeiros, para determinar os próximos passos.
Projeções do comitê indicam juros mais altos para 2025
A reunião marcou também a atualização das projeções do comitê para as principais variáveis econômicas. As autoridades revisaram para cima as expectativas para a taxa de juros para 2025 e 2026, indicando um processo de cortes nos juros mais gradual adiante.
Com relação ao PIB, a mediana das estimativas subiu para 2024, 2025 e 2026, o que significa que o comitê espera um crescimento econômico mais forte, principalmente para este ano, afastando ainda mais a possibilidade de uma recessão no país.
Quanto à inflação, houve uma revisão para cima da projeção para o núcleo da inflação (que desconsidera itens mais voláteis, como alimentos e energia) para 2024, com a expectativa de que o indicador volte para a meta em 2026.
Powell reforça abordagem dependente da evolução dos dados
Na conferência após a reunião, o presidente do Fed, Jerome Powell, reafirmou que os juros provavelmente estão em seu pico e que será apropriado começar o corte em algum momento neste ano, mas evitou dar uma previsão mais assertiva de quando isso pode acontecer. Além disso, ressaltou que o comitê está preparado para manter a taxas no patamar atual por mais tempo, se necessário.
Powell afirmou que os dados fortes de inflação de janeiro e fevereiro não mudaram o cenário de desinflação gradual, mas também não adicionaram a confiança necessária para iniciar o ciclo de corte nos juros. Na verdade, reforçaram a importância de seguir uma abordagem dependente da evolução dos dados, avaliando a cada reunião. Também explicou que será preciso analisar as próximas divulgações para entender se a tendência de maior pressão inflacionária no curto prazo continuará.
Por fim, o presidente do Fed destacou que as autoridades discutiram uma desaceleração no ritmo de redução do balanço patrimonial, indicando que o momento está mais próximo, mas sem dar mais detalhes de quando e como isso irá de fato acontecer.
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