Fed mantém juros e projeta queda menor adiante

No Radar do Mercado: na reunião de hoje, o banco central americano decidiu manter o nível de juros; atualização das projeções do comitê sugere taxas de juros mais altas para 2025

Por Itaú Private Bank

4 minutos de leitura
Imagem ilustrativa do artigo Fed mantém juros e projeta queda menor adiante
Crédito: Getty Images

O Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (FOMC, na sigla em inglês) manteve a taxa de juros americana no intervalo de 5,25% a 5,50% pela quinta reunião consecutiva. A decisão veio em linha com as expectativas do mercado.

O comunicado permaneceu praticamente inalterado. Segundo o comitê, a atividade econômica permanece em ritmo sólido. O mercado de trabalho continua forte, enquanto a taxa de desemprego seguiu baixa. Já a inflação desacelerou ao longo do ano, mas segue em patamar elevado.

O comitê reafirmou que irá considerar o efeito cumulativo do aperto já promovido, além dos efeitos econômicos e financeiros, para determinar os próximos passos.

Projeções do comitê indicam juros mais altos para 2025

A reunião marcou também a atualização das projeções do comitê para as principais variáveis econômicas. As autoridades revisaram para cima as expectativas para a taxa de juros para 2025 e 2026, indicando um processo de cortes nos juros mais gradual adiante.

Com relação ao PIB, a mediana das estimativas subiu para 2024, 2025 e 2026, o que significa que o comitê espera um crescimento econômico mais forte, principalmente para este ano, afastando ainda mais a possibilidade de uma recessão no país.

Quanto à inflação, houve uma revisão para cima da projeção para o núcleo da inflação (que desconsidera itens mais voláteis, como alimentos e energia) para 2024, com a expectativa de que o indicador volte para a meta em 2026.

Powell reforça abordagem dependente da evolução dos dados

Na conferência após a reunião, o presidente do Fed, Jerome Powell, reafirmou que os juros provavelmente estão em seu pico e que será apropriado começar o corte em algum momento neste ano, mas evitou dar uma previsão mais assertiva de quando isso pode acontecer. Além disso, ressaltou que o comitê está preparado para manter a taxas no patamar atual por mais tempo, se necessário.

Powell afirmou que os dados fortes de inflação de janeiro e fevereiro não mudaram o cenário de desinflação gradual, mas também não adicionaram a confiança necessária para iniciar o ciclo de corte nos juros. Na verdade, reforçaram a importância de seguir uma abordagem dependente da evolução dos dados, avaliando a cada reunião. Também explicou que será preciso analisar as próximas divulgações para entender se a tendência de maior pressão inflacionária no curto prazo continuará.

Por fim, o presidente do Fed destacou que as autoridades discutiram uma desaceleração no ritmo de redução do balanço patrimonial, indicando que o momento está mais próximo, mas sem dar mais detalhes de quando e como isso irá de fato acontecer.

💬 O que achou deste conteúdo?

Leia também

Leia também

Nossa recomendação de investimentos de março

Nicholas McCarthy, Chief Investment Officer (CIO) do Itaú, resume a análise do cenári [...]

Market Update: crescimento e desafios da economia da Índia

Confira os destaques e insights discutidos em nosso evento mensal, em que especialist [...]

Vídeo: nossas atualizações para o cenário macro de março

Confira os destaques do bate-papo com Nicholas McCarthy, Chief Investment Officer do [...]