Focus: mercado revisa projeções para IPCA, PIB e câmbio em 2025; IBC-Br cresce 0,8% em março
No Radar do Mercado: Banco Central divulga nova edição do boletim Focus com revisões importantes para 2025 e IBC-Br de março levemente acima das expectativas do mercado. Na China, dados da produção industrial e do varejo demonstram atividade resiliente
Por Itaú Private Bank

Focus: mercado revisa projeções para inflação e câmbio
O Banco Central divulgou nesta segunda feira, 19, mais uma edição do Relatório Focus, com uma oscilação baixista para a inflação de 2025 e alterações na expectativa para o PIB e para o câmbio.
A mediana das projeções do mercado para o IPCA de 2025 foi de 5,51% para 5,50%, ainda acima do teto do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual ao redor da meta de 3,00% ao ano definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2026, a estimativa se manteve em 4,50%, no limite do teto, e para 2026, 4,00%, dentro da banda superior da meta. Já as expectativas para a inflação de 12 meses à frente (um indicador importante para o Copom) recuaram de 4,95% para 4,91%.
Em relação ao câmbio, as estimativas para 2025 diminuíram de R$/US$ 5,85 para R$/US$5,82. Enquanto isso, as projeções para 2026 e 2027 foram mantidas em R$/US$5,90 e R$/US$ 5,80, respectivamente.
Sobre o PIB, o relatório trouxe uma revisão de 2,00% para 2,02% na projeção para 2025. Já para 2026, as expectativas seguiram em 1,70%, e para 2027, 2,00%. Em relação à Selic, as estimativas foram mantidas em 14,75% a.a. para 2025, 12,50% a.a. para 2026 e 10,50% a.a. para 2027.
IBC-Br cresce 0,8% em março
O Banco Central divulgou hoje o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de março com alta de 0,8% em relação ao mês anterior, encerrando o primeiro trimestre com expansão de 1,3%, segundo dados dessazonalizados do BC. O resultado veio acima das expectativas do mercado (0,5%). O avanço na comparação com o mesmo mês de 2024 foi de 3,5%, enquanto no acumulado em 12 meses foi de 4,2%.
Vale lembrar que esse indicador, que acompanha a evolução da atividade econômica do país, agrega os resultados do setor de serviços, da produção industrial e das vendas no varejo, além das estatísticas do setor agropecuário. No relatório atual, o destaque ficou com o setor industrial, que subiu 2,1% no mês, seguido de agropecuária, que acumulou um avanço de 1,0%.
Nossa visão: o IBC-Br corrobora com nossa visão de força da atividade econômica no primeiro trimestre de 2025. Atualmente, o tracking do Itaú BBA para 1T25 aponta para um crescimento de 1,8% na margem (3,3% na comparação anual).
Na China, indústria surpreende e varejo decepciona em abril
A produção industrial da China desacelerou em relação ao crescimento de 7,7% registrado em março, mas surpreendeu positivamente em abril, com alta de 6,1% na comparação anual, acima da mediana do mercado (5,7%). O resultado teve influência forte do desempenho ainda robusto do setor manufatureiro, que cresceu 6,6% após alta de 7,9% em março.
Já as vendas no varejo avançaram 5,1% na comparação anual, abaixo das projeções (5,5%) e desacelerando frente aos 5,9% de março. Nessa parte, o programa de troca de eletrodomésticos e eletrônicos segue apoiando a demanda por bens duráveis, como móveis e celulares. Os investimentos em ativos fixos, por sua vez, subiram 4,0% no acumulado do ano, também abaixo das expectativas e refletindo o impacto da fragilidade do setor imobiliário chinês.
Nossa visão: os dados de atividade de abril continuaram mostrando um forte setor manufatureiro, acompanhado por um setor exportador robusto, que tem sido apoiado por uma antecipação de importação por parte dos EUA – diante do embate comercial em curso. Os dados de vendas no varejo, mais relacionados à demanda doméstica, continuam mostrando números robustos, ajudados pelos estímulos fiscais. Em suma, o segundo trimestre continua sólido, com efeitos positivos da política fiscal e evoluções nas negociações entre EUA e China fornecendo um alívio adiante. Esperamos um crescimento do PIB chinês em 4,5% este ano.
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