China eleva novamente tarifa sobre produtos americanos
No Radar do Mercado: chineses aumentam tarifas de importação dos EUA para 125% e sinalizam que irão ignorar possíveis novas retaliações dos EUA. No Brasil, IPCA vem acima do esperado pelo mercado
Por Itaú Private Bank
Em um novo capítulo da guerra comercial, a China anunciou na manhã desta sexta-feira, 11, que elevará as tarifas impostas sobre a importação de produtos americanos para 125% a partir de amanhã, 12. O país asiático também fez uma nova queixa contra os EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC), mas sinalizou que, a partir de agora, irá ignorar possíveis novos aumentos tarifários dos americanos.
Em sua declaração, a China sinalizou que as tarifas americanas estão em níveis proibitivos e violam gravemente as regras econômicas e comerciais internacionais. Além disso, Pequim sinalizou que se os EUA continuarem a impor novas tarifas sobre as importações de produtos chineses, a China tomará “outras medidas”, mas sem explicar quais.
A sequência de reações deteriorou consideravelmente a relação entre os dois países e parece ter pouca disposição para o estabelecimento de um diálogo que possa encerrar a disputa. No entanto, o aumento do estresse do mercado e a pressão que está sendo exercida sobre o presidente Donald Trump pode atuar como limitador de uma deterioração adicional.
IPCA desacelera menos do que o esperado em março
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,56% em março, desacelerando menos do que o esperado em relação ao forte resultado registrado em fevereiro (1,31%), dado que a nossa projeção era de 0,52% e a mediana do mercado era de 0,53%. Com isso, em 12 meses, o IPCA passou a acumular alta de 5,48%, ante 5,06% nos 12 meses encerrados em fevereiro, se distanciando ainda mais do teto do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual ao redor da meta de 3,0% ao ano definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta na passagem mensal, com destaque para o grupo de Alimentação e bebidas, que subiu 1,17% e contribuiu com 0,25 p.p. do índice. O segmento foi impulsionado pela alta de itens como tomate (22,55%), ovo de galinha (13,13%) e café moído (8,14%). O grupo que menos cresceu, por sua vez, foi Educação (0,10%), após já ter registrado forte alta de 4,70% no mês anterior, quando tradicionalmente mensalidades são reajustadas.
Nossa visão: o dado de hoje, além de vir acima da nossa expectativa, mostrou um qualitativo pior do que o esperado, com as medidas de núcleo voltando a acelerar. A surpresa veio tanto em industriais subjacentes, quanto em serviços subjacentes. Na média móvel de três meses, com dados dessazonalizados e anualizados, os serviços subjacentes aceleraram de 7,7% para 7,9% de fevereiro para março, enquanto industriais subjacentes aceleraram de 3,0% para 3,8%. Na mesma métrica, a média dos núcleos, que tem maior relação com o ciclo econômico, acelerou de 5,5% para 6,0%.
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