Taxação de 104% dos EUA sobre a China entra em vigor e Pequim anuncia nova retaliação

No Radar do Mercado: tarifas americanas entram em vigor e China anuncia retaliação na mesma medida para amanhã. No Brasil, IBGE divulga resultado do comércio em fevereiro

Por Itaú Private Bank

5 minutos de leitura

As tarifas recíprocas sobre produtos chineses anunciadas nos últimos dias pelo presidente dos EUA, Donald Trump, entraram em vigor nesta quarta-feira, 9. Ao todo, 104% de taxas adicionais estão sendo aplicadas sobre os produtos importados da China pelos EUA. O número é resultado da soma de 20% implementados no início do mandato, 34% anunciados na última quarta-feira, 2, dentro do pacote que afetou mais de 180 países, e 50% anunciados na última segunda-feira, 7, em resposta à reação do país asiático.

A China, por sua vez, já confirmou uma nova retaliação a partir de amanhã, 10. Os chineses primeiro anunciaram que aplicariam a mesma taxação de 34% sobre os produtos americanos, mas, com a resposta dos EUA, Pequim confirmou mais 50%, totalizando 84% em tarifas adicionais. Lembrando que o país já havia anunciado outras medidas retaliatórias, inclusive com aumento de tarifas sobre alguns produtos, logo após os 20% implementados inicialmente por Trump.

Em meio à disputa comercial, Trump chegou a dizer ontem, 8, que esperava uma ligação dos chineses para fazer um acordo. Já hoje, um porta-voz da do Ministério das Relações Internacionais da China condicionou uma negociação a “uma postura de igualdade, respeito e benefício mútuo” por parte dos EUA.

Varejo ampliado contrai 0,4% em fevereiro

As vendas no varejo ampliado caíram 0,4% em fevereiro no comparativo com janeiro na série com ajuste sazonal, segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada nesta quarta-feira, 9, pelo IBGE. O resultado veio acima da nossa projeção (-0,7%) e abaixo da mediana das expectativas de mercado (-0,1%).

Já no varejo restrito, que exclui os setores como veículos e material de construção, houve um aumento de 0,5% na passagem de janeiro para fevereiro, conforme a nossa projeção, e perto da mediana do mercado (0,6%). Nesse recorte, após quatro meses estagnado, o dado atingiu o maior patamar da série histórica iniciada em janeiro de 2000, superando em 0,3% o nível recorde anterior (outubro de 2024). Em relação a fevereiro de 2024, o volume de vendas no comércio varejista avançou 1,5%.

Metade das atividades investigadas na pesquisa avançaram em fevereiro deste ano. Dentre elas, os destaques foram os setores de “Hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo” (1,1%) e de “Móveis e eletrodomésticos” (0,9%). Já entre os setores com variações negativas, “Livros, jornais, revistas e papelaria” tiveram a queda mais expressiva, -7,8%, seguida por “Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação” (-3,2%).

Nossa visão: conforme esperado, as vendas de bens sensíveis ao crédito foram mais fracas em fevereiro, enquanto os bens sensíveis à renda apresentaram crescimento. Esperamos que essa tendência persista nos próximos meses, dado o aumento das taxas de juros e a resiliência do mercado de trabalho. Para março, nossa projeção preliminar aponta para uma aceleração no setor de varejo.

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