EUA isentam tarifas sobre eletrônicos; projeções para o câmbio recuam no Focus

No Radar do Mercado: Banco Central divulgou novo Boletim Focus com revisão no câmbio de 2025 pela quarta semana consecutiva, além da continuidade da redução na projeção para inflação 12 meses à frente

Por Itaú Private Bank

5 minutos de leitura

EUA isentam tarifas sobre celulares, computadores e outros eletrônicos

Em um novo capítulo da guerra comercial que está sendo travada, sobretudo entre EUA e China, o governo americano declarou na última sexta-feira, 11, a isenção produtos eletrônicos (smartphones, computadores e outros) da tarifa de 125% sobre produtos importados da China e de 10% sobre os demais países.

Esses grupos representam cerca de 12% do total de importações dos EUA e cerca de 20% das importações vindas da China, o que significa uma isenção considerável, embora o nível de tarifas aplicado sobre produtos importados permaneça ainda bastante elevado com relação ao início do governo. Durante o final de semana, no entanto, o presidente Donald Trump afirmou que anunciará tarifas setoriais que devem abranger “semicondutores e toda a cadeia de suprimentos eletrônicos”.

A isenção dos produtos eletrônicos foi vista como uma sinalização de maior sensibilidade do governo americano em relação à correção do mercado, com outra redução da tensão estabelecida. Porém, a comunicação errática faz com que a incerteza ainda permaneça elevada e prejudique a confiança na economia americana.

Focus: projeções para o câmbio recuam e PIB oscila positivamente

Tabela com as principais projeções do boletim focus

O Banco Central divulgou nesta segunda-feira, 14, mais uma edição do Relatório Focus, com oscilações nas expectativas do mercado para o câmbio e o PIB em diferentes prazos.

Após quatro semanas de recuo, a expectativa para o câmbio em 2025 se manteve estável em R$/US$ 5,90. Para 2026, houve queda de R$/US$5,99 para R$/US$5,97. Já para 2027, as projeções oscilaram de R$/US$ 5,90 para R$/US$ 5,89.

Em relação ao PIB, o relatório indicou leves oscilações nas previsões para 2025 e 2026, aumentando a expectativa de 1,97% para 1,98% em 2025, e de 1,60% para 1,61% em 2026. Já para 2027, a projeção se manteve em 2,00%. Passando para a Selic, as projeções foram mantidas em 15,00% a.a. para 2025, 12,50% a.a. para 2026 e 10,50% a.a. em 2027.

Na parte de inflação, a mediana das expectativas para 2025 seguiu, mais uma vez, em 5,65%, ainda bem acima do teto do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual ao redor da meta de 3,00% ao ano definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Já as expectativas para 12 meses à frente (um indicador importante para o Copom) recuaram novamente, desta vez de 5,07% para 5,01%. Por fim, as projeções para 2026 (4,50%) e 2027 (4,00%) seguiram as mesmas.

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