Inflação do Brasil e da China em foco

No Radar do Mercado: o IPCA veio acima do esperado em janeiro; na China, o quadro de deflação continua

Por Itaú Private Bank

2 minutos de leitura

IPCA vem acima do esperado em janeiro

O IBGE divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro, que subiu 0,42% no mês, abaixo da leitura de dezembro (0,56%), mas acima da expectativa do mercado (0,34%). O acumulado em 12 meses atingiu 4,51%, abaixo dos 4,62% registrados no período imediatamente anterior.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta no mês. A maior variação e o maior impacto vieram de Alimentação e Bebidas, grupo que acelerou na comparação com dezembro. Na sequência, destaca-se a alta de Saúde e Cuidados pessoais.

As medidas de núcleo da inflação, que apresentam maior relação com o ciclo econômico, registraram uma ligeira alta, mas seguem em patamar baixo. Já o índice de difusão, que mede o percentual de itens com aumento de preços, ficou estável em dezembro, em 65,2%.

Nossa visão: assim como na divulgação do IPCA-15, o qualitativo dessa divulgação foi pior do que o esperado, com surpresa de alta em industriais subjacentes, além de serviços subjacentes mais pressionados. Para 2024, projetamos um IPCA de 3,6%.

Deflação continua na China em janeiro

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) da China registrou uma queda de 0,8% em janeiro, na comparação anual, nível mais fraco deste setembro de 2009. A retração foi mais intensa do que o esperado (-0,5%) e do que o registrado no mês anterior (-0,3%).

Já o núcleo do CPI (que exclui os itens mais voláteis, como alimentação e energia) desacelerou de 0,6% para 0,4% na comparação anual.

O Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) também registrou deflação em janeiro (-2,5%) em termos anuais, marcando a 16ª queda do indicador. O resultado veio relativamente próximo da expectativa (-2,6%) e do registrado no mês anterior (-2,7%).

Nossa visão: seguimos observando uma deflação persistente na China, o que aumenta a pressão para que o governo anuncie novas medidas de estímulo, especialmente à demanda.

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