Inflação dos EUA acelera em novembro, mas núcleo mantém ritmo
No Radar do Mercado: CPI dos EUA deve manter a avaliação de continuidade do ciclo de cortes de juros pelo Fed este mês; enquanto isso, no Brasil, setor de serviços seguiu crescendo forte em outubro e deve impulsionar a atividade no quarto trimestre
Por Itaú Private Bank
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA registrou alta de 0,3% em novembro, acelerando em relação a outubro (0,2%), mas praticamente em linha com as expectativas do mercado. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses está em 2,7%, acima da leitura anterior (2,6%), mas também em linha com o esperado.
O núcleo do indicador, que desconsidera os itens mais voláteis, como alimentos e energia, também avançou 0,3% no mês, mantendo o ritmo registrado em setembro e outubro. Na comparação anual, o núcleo manteve a taxa de crescimento de 3,3% pelo terceiro mês consecutivo. Ambas as medições também vieram conforme o esperado pelo mercado.
Olhando para a composição do núcleo, após registrar estabilidade em outubro, a parte de bens voltou a crescer (0,3%) em novembro. Enquanto isso, o componente de serviços (0,28%) apresentou leve desaceleração em relação ao mês anterior (0,35%), reforçando a leitura de desinflação apenas gradual em direção à meta.
Nossa visão: os dados de hoje reforçam a avaliação de uma inflação resiliente nos EUA, com expectativa de desinflação apenas gradual em direção à meta. A divulgação não deve alterar a atual precificação do mercado para a reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano) na próxima semana (corte de 0,25 ponto percentual), mas alimenta a discussão sobre uma potencial desaceleração do ritmo de flexibilização à frente.
No Brasil, setor de serviços surpreende em outubro
O volume de serviços do Brasil cresceu 1,1% em outubro na comparação com setembro na série com ajuste sazonal, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada hoje pelo IBGE. A leitura veio um pouco abaixo da nossa projeção (1,2%) e acima da mediana das expectativas do mercado (0,6%). Na comparação anual, a alta do setor foi de 6,3%, o sétimo resultado positivo consecutivo.
Entre as cinco principais atividades pesquisadas, duas contraíram e três expandiram em outubro. Os destaques positivos ficaram com o segmento de “transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios” (4,1%) e “serviços profissionais, administrativos e complementares” (1,6%). Enquanto isso, “serviços prestados às famílias” (-0,1%) e “serviços de informação e comunicação” (-1,0%) foram destaques negativos.
Nossa visão: o volume de serviços mostrou crescimento forte em outubro, em linha com nossa visão de que a atividade econômica permanecerá robusta no quarto trimestre, impulsionada pelo setor.
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