IPCA de novembro registra alta de 0,39%, com qualitativo pior

O IBGE divulgou nesta terça-feira o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro, que registrou alta de 0,39% no mês, desacelerando na comparação com a leitura de outubro (0,56%). O resultado veio ligeiramente acima das expectativas do mercado (0,38%) e em linha com a nossa projeção.

Em 12 meses, a taxa acumulada subiu de 4,76% para 4,87%. Assim, a inflação segue acima do limite superior do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual ao redor da meta de inflação de 3,0% ao ano definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, três registraram alta em novembro. A maior variação e o maior impacto foram do grupo de “Alimentação e bebidas”, seguido de “Transportes” e “Despesas pessoais”. O grupo “Habitação”, por sua vez, representou o principal impacto negativo.

As medidas de núcleo, que apresentam maior relação com o ciclo econômico, aceleraram no período, na métrica de média móvel de três meses, com dados dessazonalizados e anualizados, com destaque para serviços subjacentes, que vieram acima das expectativas.

Nossa visão: o IPCA de novembro veio em linha com a nossa expectativa, mas com um qualitativo de inflação pior do que o esperado, com destaque para a surpresa altista em serviços subjacentes, compensada por surpresas baixistas em itens que não fazem parte do núcleo de inflação. Adiante, esperamos que o componente de serviços siga pressionado, refletindo o mercado de trabalho apertado. Após a leitura de inflação de hoje, as atenções se voltam para a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que ocorrerá amanhã, 11. Nossa projeção é de alta de 1,0 ponto percentual na taxa Selic, para 12,25% ao ano.

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