Inflação nos EUA mantém ritmo; Taxa de desemprego recua no Brasil

No Radar do Mercado: a taxa de desemprego brasileira e a inflação medida pelo PCE vieram em linha com as expectativas do mercado; na Zona do Euro, a inflação seguiu em desaceleração

Por Itaú Private Bank

3 minutos de leitura

Inflação medida pelo PCE mantém ritmo em julho

O núcleo do Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) dos EUA, que exclui os componentes mais voláteis, como energia e alimentos, subiu 0,2% em julho, na comparação mensal, mantendo o ritmo do mês anterior e em linha com a expectativa do mercado.

Na base anual, o indicador avançou 2,6%, mesmo nível de junho e ligeiramente abaixo do esperado (2,7%). Vale lembrar que o indicador é uma das referências utilizadas pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) em suas decisões de política monetária.

O indicador “cheio” do PCE avançou 0,2% na comparação mensal, acelerando levemente em relação ao resultado anterior (0,1%). Na base anual, o indicador ficou em 2,5%, mantendo o ritmo anterior. Ambos os resultados vieram em linha com as expectativas.

Nossa visão: de maneira geral, a leitura veio conforme esperado pelo mercado e reforça o quadro de desinflação gradual no país, permitindo o início do ciclo de cortes de juros pelo Fed em sua próxima reunião, em setembro.

Taxa de desemprego cai no Brasil

A taxa de desemprego do trimestre encerrado em julho foi de 6,8% (ante 6,9% no trimestre anterior), segundo dados divulgados pela Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). O valor veio em linha com as expectativas do mercado, mas ligeiramente abaixo da nossa projeção. Com ajuste sazonal, a taxa de desemprego diminuiu para 6,7%, vindo de 6,8% no trimestre encerrado em junho.

O resultado aconteceu devido a uma redução da taxa de participação, enquanto o emprego nos setores formal e informal ficou estável. Além disso, a massa salarial real efetiva recuou (puxada pela redução do rendimento médio) pela primeira vez desde maio de 2023.

Nossa visão: apesar da queda da taxa de desemprego, os dados de hoje não mostram melhora adicional do mercado de trabalho. Acreditamos que as mínimas da taxa de desemprego foram atingidas agora no meio do ano e devem começar a subir, ainda que timidamente, nos próximos trimestres – em linha com alguma desaceleração da economia.

Inflação recua na Zona do Euro

Hoje também houve a divulgação do índice de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Zona do Euro, que desacelerou de 2,6% para 2,2% em agosto, na comparação anual. O indicador veio em linha com o esperado e alcançou o menor patamar dos últimos três anos.

O núcleo, que exclui os componentes mais voláteis, veio em 2,8%, também conforme a projeção do mercado e desacelerando levemente na comparação ao mês anterior. O destaque ficou com o componente de serviços, que veio com alguma piora, possivelmente pressionado pelos Jogos Olímpicos na França, enquanto a parte de bens registrou moderação.

Nossa visão: a confirmação do quadro de desinflação na leitura de hoje, junto aos discursos recentes de membros do Banco Central Europeu (BCE) são consistentes com a continuidade do ciclo de cortes, que deve continuar na reunião de setembro.

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