PIB brasileiro cresce 2,9% em 2023
No Radar do Mercado: o PIB do Brasil ficou estável no quarto trimestre de 2023; na Zona do Euro, a inflação veio acima do esperado, enquanto o PMI da China teve uma leve queda
Por Itaú Private Bank
PIB brasileiro cresce 2,9% em 2023
No quarto trimestre de 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil ficou estável (em 0,0%) em relação ao trimestre anterior, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio próximo das expectativas do mercado (0,1%).
Em comparação com o mesmo trimestre de 2022, o crescimento foi de 2,1%. Com isso, o PIB fechou 2023 com um crescimento de 2,9%.
Pela ótica da oferta, a agropecuária contribuiu negativamente para o indicador, enquanto serviços tiveram um resultado ligeiramente positivo e a indústria registrou avanços, especialmente devido ao desempenho das indústrias extrativa e de construção.
Já pela ótica da demanda, o destaque negativo ficou com o consumo das famílias, que contraiu no último trimestre, após o bom desempenho ao longo do ano. Por outro lado, investimentos voltaram a subir após quatro quedas consecutivas. O consumo do governo contribuiu positivamente para o indicador, e a balança comercial, negativamente.
Nossa visão: a leitura de hoje foi puxada principalmente pela desaceleração do setor de serviços e recuo da agropecuária. Apesar da surpresa negativa do consumo das famílias no 4T23, esperamos alguma recuperação no primeiro semestre de 2024, impulsionada pelo aumento da renda (com a resiliência do mercado de trabalho e o aumento do salário mínimo). Nossa projeção para o crescimento do PIB de 2024 está em 1,8%, mas com viés de alta.
PMI na China vem acima do esperado
Na China, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de manufatura caiu ligeiramente em fevereiro, para 49,1, patamar que indica contração da atividade, segundo o National Bureau of Statistics of China. Já o índice de não-manufatura teve alta para 51,4. Ambos ficaram acima do esperado pelo mercado.
A queda no índice de manufatura deve-se às baixas da produção, estoques e emprego, enquanto a melhora no indicador de não-manufatura foi impulsionada por serviços. É possível que esses movimentos estejam relacionados ao feriado do Ano Novo Lunar.
Houve também a divulgação do PMI de manufatura da Caixin, que subiu para 50,9 em fevereiro, indicando expansão do setor, na direção contrária ao indicador oficial. Vale lembrar que essa pesquisa privada é composta basicamente de empresas menores e voltadas a exportações.
Inflação na Zona do Euro sobe mais do que o esperado
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Zona do Euro registrou 2,6% ano/ano em janeiro, desacelerando levemente em relação a dezembro (2,8%) e um pouco acima do esperado pelo mercado (2,5%).
O núcleo do indicador, que exclui itens mais voláteis (como alimentos e energia), ficou em 3,1%, também desacelerando em relação ao resultado anterior (3,3%), mas acima das projeções (2,9%). O movimento foi influenciado principalmente pela desaceleração do componente de bens, enquanto serviços seguiram resilientes.
Nossa visão: apesar da desaceleração observada na comparação anual, ao analisar outras métricas, como a média móvel de três meses anualizada, o núcleo do indicador acelerou para 3,7%, mostrando uma reversão na tendência de desinflação. A leitura de hoje reforça a visão mais cautelosa do Banco Central Europeu, que poderia optar por um início do ciclo de cortes de juros mais tardio frente à inflação ainda pressionada.
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