Taxa de desemprego surpreende novamente
No Radar do Mercado: dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira mostram resiliência do mercado de trabalho. Nos EUA, às vésperas de nova decisão do Fed, dados do comércio de agosto surpreendem
Por Itaú Private Bank
O IBGE divulgou nesta terça-feira, 16, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua indicando que a taxa de desemprego para o trimestre encerrado em julho foi de 5,6%, abaixo da mediana das expectativas do mercado, que era de 5,7%. O resultado veio 1,2 ponto percentual abaixo do mesmo período de 2024 (6,9%), atingindo a mínima histórica. Na série com ajuste sazonal, a taxa de desemprego também recuou, de 5,8% no trimestre encerrado em junho para 5,7% no trimestre encerrado em julho.
A queda da taxa de desemprego foi resultado do aumento do emprego (0,1% na variação mês contra mês, com ajuste sazonal), associado à redução da força de trabalho (-0,1% na mesma comparação). Já a taxa de participação ficou estável em 62,4% (com ajuste sazonal), refletindo a queda da força de trabalho com a expansão da população em idade ativa. A população ocupada, por sua vez, cresceu no setor formal (0,1%) e ficou estável no informal.
Na parte de rendimento, a massa salarial real efetiva avançou 0,7%, impulsionada pela expansão do emprego associada ao aumento do rendimento médio (0,7% na passagem mensal, com ajuste sazonal).
Nossa visão: os dados divulgados hoje continuam indicando a resiliência do mercado de trabalho, com a taxa de desemprego sendo puxada pelo aumento do emprego formal. O aumento dos salários reflete o dinamismo no mercado de trabalho, e pode continuar a pressionar a inflação à frente.
Varejo dos EUA surpreende em agosto
As vendas no varejo dos EUA subiram 0,6% em agosto, mantendo o ritmo de julho (0,6%, revisado de 0,5%), segundo dados do Departamento de Comércio dos EUA nesta terça-feira, 16. O resultado veio acima da expectativa do mercado, que era de desaceleração para 0,2%.
Excluindo o setor automotivo e gasolina, as vendas de agosto tiveram aumento de 0,7%, acelerando em relação aos 0,3% registrados em julho (revisado de 0,2%). Já o chamado “grupo de controle”, componente que exclui serviços de alimentação, concessionárias de veículos, materiais de construção e postos de gasolina, e que está mais correlacionado ao consumo do PIB, teve avanço de 0,7%, bem acima do esperado (0,4%) e do resultado de julho (0,5%).
Também nesta manhã, o Federal Reserve apresentou os dados do setor industrial dos EUA em agosto, com crescimento de 0,1% na passagem mensal, maior do que a expectativa do mercado, que projetava uma queda de 0,1%. Houve, no entanto, revisão baixista da leitura anterior, de -0,1% para -0,4%.
Na atividade manufatureira, o crescimento foi de 0,2%, acima da expectativa do mercado, que era de queda de 0,2%, mas também com revisão baixista para o dado de julho. O uso da capacidade da indústria americana, por sua vez, recuou de 77,5% para 77,4%.
Nossa visão: a surpresa positiva dos dados de varejo, em especial do grupo de controle, reforça a tese de um consumo resiliente nos EUA, ainda que o mês possa ter sido beneficiado por datas festivas. A leitura é importante em um contexto de crescentes receios sobre uma desaceleração mais expressiva da atividade e maior fraqueza do mercado de trabalho, tanto pelo mercado, quanto pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), que divulgará amanhã sua decisão sobre as taxas de juros.
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