Produção industrial brasileira recua 1,4% em julho
No Radar do Mercado: a produção industrial brasileira recuou na comparação mensal, sugerindo alguma desaceleração da atividade econômica
Por Itaú Private Bank
Segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) de julho, divulgada hoje pelo IBGE, a produção nacional registrou uma queda de 1,4% no mês, com ajuste sazonal. O recuo foi menos intenso do que esperávamos (-1,9%), enquanto o mercado projetava uma queda de 1,0%. Frente a julho de 2023, a indústria avançou 6,1%.
Entre as quatro grandes categorias econômicas, duas registraram recuo no mês, com destaque para bens de consumo semi e não duráveis, que assinalaram a maior taxa negativa, enquanto o setor produtor de bens intermediários também apontou queda na produção neste mês, após avançar em junho. Por outro lado, os segmentos de bens de capital e bens de consumo duráveis intensificaram os avanços verificados no mês anterior.
Já entre as 25 atividades pesquisadas, 18 expandiram no mês, com destaque para veículos automotores, reboques e carrocerias, que exerceram o principal impacto positivo. Por outro lado, as influências negativas mais importantes foram assinaladas por produtos alimentícios, derivados do petróleo e biocombustíveis e indústrias extrativas.
Nossa visão: a queda da produção industrial em julho reverte apenas parcialmente a forte alta observada na indústria em junho (pós choque das enchentes no Rio Grande do Sul, que havia afetado a indústria em maio). Apesar da surpresa altista com relação à nossa projeção, projetamos alguma desaceleração da atividade econômica ao longo do segundo semestre do ano.
China registra dados de atividade mistos em agosto
O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços publicada pela Caixin, foi divulgado ontem, 4, e registrou uma queda maior do que a antecipada, de 52,1 para 51,6 em agosto, embora ainda acima do patamar de contração. O resultado veio na direção contrária ao PMI de manufatura, que registrou alta, agora em 50,4, indicando expansão da atividade.
Na semana passada, houve a divulgação do PMI não-manufatureiro do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês), que surpreendeu positivamente ao acelerar para 50,3, devido à alta no setor de serviços, enquanto a construção permaneceu em uma tendência fraca. A sondagem de manufatura, por sua vez, teve queda, agora em 49,1.
Nossa visão: em geral, as leituras de agosto sugerem que a demanda doméstica continua fraca. No entanto, o apoio para a atividade parece ter aumentado com a emissão mais rápida de títulos do governo, mudando a postura fiscal em relação ao primeiro semestre de 2024. Adiante, mantemos nossa previsão de PIB para 2024 em 4,8%, considerando o apoio fiscal em andamento.
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