Produção industrial recua no Brasil; Inflação desacelera na Zona do Euro

No Radar do Mercado: a produção industrial brasileira recuou pelo segundo mês consecutivo; na Zona do Euro, a inflação desacelerou mais do que o esperado pelo mercado

Por Itaú Private Bank

3 minutos de leitura

Produção industrial recua 0,3% em fevereiro

Segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) de fevereiro, divulgada hoje pelo IBGE, a produção nacional registrou uma retração mensal de 0,3%, uma queda mais profunda do que o projetado pelo mercado, que esperava uma alta (0,2%). É o segundo recuo consecutivo do indicador. Frente a fevereiro de 2023, a indústria cresceu 5,0%.

No mês, somente uma das quatro grandes categorias econômicas recuou: bens intermediários. Entre as atividades pesquisadas, 10 das 25 tiveram redução na produção. As influências negativas mais importantes foram assinaladas por produtos químicos, indústrias extrativas e produtos farmoquímicos e farmacêuticos.

Nossa visão: a produção industrial recuou em fevereiro impulsionada novamente pela contração do setor de mineração/extrativa. À frente, esperamos um aumento na produção industrial, com alguma recuperação das indústrias extrativas.

Inflação desacelera em março na Zona do Euro

De acordo com dados do escritório de estatísticas da União Europeia (Eurostat), o índice de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Zona do Euro desacelerou para 2,4% em março, na comparação anual. A queda foi mais intensa do que o esperado pelo mercado (2,5%).

O núcleo do indicador, que exclui os componentes mais voláteis (como energia e alimentação), também recuou, de 3,1% para 2,9%, em meio à continuada desinflação de bens, enquanto a inflação dos preços de serviços segue mais persistente. A expectativa do mercado para o núcleo era de uma desaceleração, porém levemente mais branda (3,0%).

Com isso, a inflação encerrou o primeiro trimestre em 2,6%, conforme projetado pelo Banco Central Europeu em março. Já o núcleo fechou o trimestre em 3,1%, ligeiramente acima dos 3,0% projetados pela autoridade monetária.

Nossa visão: o BCE se reúne na próxima semana, sob expectativa de manutenção das taxas de juros. Até a reunião seguinte, em junho, ainda serão divulgadas mais duas leituras de inflação. A expectativa é que os indicadores continuem mostrando uma clara trajetória de desinflação, dando confiança às autoridades para o início do ciclo de cortes em junho.

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