Brasil propõe fundo global para preservar florestas tropicais

O Radar ESG desta semana destaca o papel do país na COP30, os avanços da taxonomia verde e os desafios globais de adaptação climática

Por Comunicação Itaú Asset

5 minutos de leitura

EDIÇÃO #18

Capa do Radar ESG, com fundo na cor azul claro

A nova edição do Radar ESG mostra como o Brasil vem consolidando seu protagonismo na pauta ambiental e climática global. O país lançou diretrizes oficiais para a taxonomia sustentável e deve apresentar na COP30 uma proposta ambiciosa de fundo internacional para preservar florestas tropicais.

Enquanto isso, novas iniciativas fortalecem o padrão global de relatórios de sustentabilidade e expõem o descompasso entre os impactos climáticos e o ritmo de adaptação mundial. Confira os destaques:

Brasil poderá usar taxonomia sustentável em incentivos fiscais

O Capital Reset destacou que o governo federal oficializou a taxonomia sustentável brasileira, criando parâmetros claros para identificar atividades econômicas com impactos ambientais e sociais positivos.

O decreto permite que a taxonomia seja usada para orientar, reduzir ou extinguir incentivos fiscais e creditícios, além de rotular produtos financeiros, operações de crédito e títulos públicos.

O Comitê Interinstitucional da Taxonomia Sustentável Brasileira (Citsb) será responsável por revisar e atualizar os critérios, em intervalos de um a cinco anos. A medida é vista como um passo fundamental para direcionar capital privado a iniciativas que contribuam efetivamente para a transição verde.

Brasil propõe fundo global para preservar florestas tropicais

Durante a COP30, o Brasil apresentará o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), uma proposta inédita de financiamento climático, segundo o UOL . O modelo prevê aportes iniciais de US$ 25 bilhões de governos e US$ 100 bilhões de investidores privados, administrados pelo Banco Mundial.

Os recursos serão aplicados em ativos de baixo risco; os lucros cobrirão o retorno aos investidores, e o excedente, estimado em US$ 4 bilhões por ano, será destinado aos países que preservam florestas tropicais, proporcionalmente à área conservada.

A iniciativa busca unir impacto ambiental, inovação financeira e incentivo econômico à preservação, fortalecendo o papel do Brasil como articulador global na pauta florestal.

A expansão da aceitação dos relatórios de sustentabilidade

Segundo o ESG Today, o Conselho Internacional de Normas de Sustentabilidade (ISSB) deu novos passos para ampliar a adoção de suas normas, as IFRS S1 e S2, e consolidá-las como um “passaporte global” para relatórios ESG.

O ISSB, criado durante a COP26, visa padronizar informações sobre riscos e oportunidades climáticas, fornecendo dados consistentes para investidores e reguladores.

O novo Guia de Justificativa Jurisdicional deve ajudar cada país a adaptar as regras às suas necessidades, mantendo comparabilidade internacional. A expectativa é que a expansão aumente a transparência e a confiabilidade dos relatórios corporativos de sustentabilidade.

A lenta adaptação às mudanças climáticas

Em meio ao agravamento dos eventos climáticos, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) divulgou o relatório Adaptation Gap Report 2025: Working at the Limit, que alerta para uma lacuna preocupante no financiamento à adaptação climática.

As necessidades de recursos para os países em desenvolvimento devem ultrapassar US$ 310 bilhões por ano até 2035, número 12 vezes superior ao atual volume de financiamento internacional.

Apesar do avanço em planejamento e políticas, o ritmo das ações é insuficiente para conter perdas econômicas e humanitárias. O relatório reforça que o custo da inação será muito maior que o de investir desde já em infraestrutura e proteção social para os mais vulneráveis.

Acompanhe também os principais índices ESG

Além das notícias da semana, você confere no Radar ESG os principais índices de sustentabilidade, incluindo benchmarks globais e brasileiros, assim como dados sobre títulos verdes e setores ligados à transição energética.

A tabela apresenta uma visão consolidada dos índices que refletem diferentes abordagens dentro da agenda ESG, desde desempenho corporativo sustentável até indicadores de baixa emissão de carbono e clima.

Fonte: Bloomberg | Data: 5 de novembro de 2025
Fonte: Bloomberg | Data: 5 de novembro de 2025

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