Energia limpa impulsiona data centers e investimentos verdes avançam no Brasil

EDIÇÃO #16

A nova edição do Radar ESG traz um panorama do avanço dos investimentos em sustentabilidade e dos desafios que ainda marcam a transição global para uma economia de baixo carbono. Enquanto o setor privado no Brasil amplia aportes em projetos ambientais, estudos internacionais apontam a força da agenda ESG e o impacto da crise climática sobre milhões de pessoas no mundo.

Os investimentos privados em sustentabilidade e descarbonização no Brasil chegaram a R$ 48,2 bilhões em 2025, segundo levantamento divulgado pela CNN Brasil durante a Pré-COP30. O valor representa um aumento de 24,2% em relação ao ano anterior e reflete a expansão do movimento Brasil pelo Meio Ambiente (BPMA), da Amcham Brasil.

Nesta edição, o número de empresas participantes subiu de 165 para 209, com 316 projetos em andamento, o maior volume desde o início da série, em 2021.

Entre os resultados, destacam-se 11,1 milhões de hectares preservados ou restaurados, 23,5 mil GWh de energia limpa gerados e 36,8 bilhões de litros de água reutilizados. Os dados reforçam o papel das empresas na construção de uma economia mais sustentável e na contribuição para metas de descarbonização no país.

O relatório Voice of the Asset Owner Survey 2025, conduzido pela Morningstar Sustainalytics e pela Morningstar Indexes, ouviu mais de 500 investidores institucionais, que juntos administram US$ 19,1 trilhões em ativos. O estudo mostra que, mesmo em um ambiente de desafios econômicos e políticos, a integração de fatores ESG segue ganhando espaço globalmente.

De forma geral, 44% dos ativos sob gestão já consideram fatores ESG. Fora dos Estados Unidos, cresce a percepção de que sustentabilidade é um tema cada vez mais relevante e que a regulamentação precisa avançar para garantir dados padronizados e comparáveis.

Entre as prioridades dos investidores estão a medição de emissões, o financiamento de soluções net-zero e o fortalecimento do papel do stewardship como instrumento de influência positiva nas práticas corporativas.

A transição energética brasileira tem despertado o interesse de novos setores, e um dos que mais ganham destaque é o de data centers, infraestrutura fundamental para o avanço da inteligência artificial.

Como mostra o Capital Reset, a abundância de energia renovável torna o país um candidato natural a abrigar esses empreendimentos, que exigem alta capacidade elétrica e baixo impacto de carbono.
A Agência Internacional de Energia estima que 30% da energia usada por data centers ainda venha do carvão, e as emissões do setor podem aumentar 33% até 2030.

A disponibilidade de energia limpa posiciona o Brasil de forma estratégica, mas também impõe desafios logísticos e regulatórios. O país precisará de investimentos em rede, armazenamento e eficiência para aproveitar plenamente essa vantagem competitiva.

Um estudo da ONU e da Universidade de Oxford, destacado pelo Uol, revelou que oito em cada dez pessoas em situação de pobreza estão expostas a eventos climáticos extremos intensificados pelo aquecimento global.

As consequências atingem principalmente regiões da Ásia Meridional e da África Subsaariana, onde a dependência de recursos naturais e a falta de infraestrutura aumentam a vulnerabilidade.
O relatório aponta que 887 milhões de pessoas já sofrem diretamente com os efeitos da crise do clima, como calor extremo, secas, inundações e poluição do ar, e que o agravamento das temperaturas pode reverter avanços em desenvolvimento e combate à pobreza.

Com o planeta 1,4°C mais quente do que no século 19, especialistas alertam que as populações mais pobres continuarão sendo as mais impactadas, reforçando a necessidade de políticas globais de adaptação e justiça climática.

Além das notícias da semana, você confere no Radar ESG os principais índices de sustentabilidade, incluindo benchmarks globais e brasileiros, assim como dados sobre títulos verdes e setores ligados à transição energética.

A tabela apresenta uma visão consolidada dos índices que refletem diferentes abordagens dentro da agenda ESG, desde desempenho corporativo sustentável até indicadores de baixa emissão de carbono e clima.

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