Nova proposta global de carbono e IA na sustentabilidade
O Radar ESG dessa semana conecta clima, regulação e inovação em um momento estratégico
Por Comunicação Itaú Asset
EDIÇÃO #13

Nesta edição do Radar ESG, o Brasil propõe uma nova coalizão para integrar mercados globais de carbono. Também observamos os avanços e os riscos da inteligência artificial no reporte de sustentabilidade, os alertas da União Europeia sobre os impactos climáticos crescentes no continente e o que a última década dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nos ensinou sobre progresso e suas barreiras.
Brasil propõe coalizão para integrar mercados globais de carbono
Na COP30, o governo brasileiro deve apresentar uma proposta de coalizão internacional para conectar mercados de carbono e evitar a fragmentação causada por taxações unilaterais como o CBAM, da União Europeia. Segundo reportagem do Reset, a ideia é definir um preço comum de carbono para setores como aço, alumínio, cimento e fertilizantes, responsáveis por cerca de 20% das emissões globais.
A coalizão seria voluntária, com ajustes de fronteira aplicados a exportadores fora do grupo. O plano está sendo discutido com países da União Europeia, China, Reino Unido e Noruega. Um estudo apoiado por Harvard e MIT estima que a coordenação entre países poderia multiplicar por sete a redução de emissões desses setores, se comparada às políticas isoladas atuais.
Apesar de não integrar a agenda oficial da UNFCCC, a proposta busca avançar por meio de adesões espontâneas, evitando o bloqueio de decisões por falta de consenso. O objetivo maior é construir interoperabilidade entre sistemas de precificação de carbono, um desafio técnico e político ainda sem paralelo internacional.
Relatórios feitos com Inteligência artificial: ganhos e cuidados
O uso de inteligência artificial na produção de relatórios de sustentabilidade tem avançado rapidamente. Segundo análise publicada pelo Fórum Econômico Mundial, as ferramentas automatizam tarefas como coleta de dados, rastreamento da cadeia de suprimentos e análise de conformidade com normas como CSRD, CBAM e EUDR.
Entre os principais benefícios estão o ganho de eficiência operacional e a redução do tempo gasto pelas equipes com tarefas manuais. No entanto, a automação também traz riscos: sistemas de IA podem interpretar dados fora de contexto, propagar erros ou prejudicar a narrativa corporativa se operarem sem supervisão adequada.
A recomendação é clara: manter o fator humano no centro do processo. A supervisão ativa, a validação dos modelos e a transparência metodológica são essenciais para garantir credibilidade nas divulgações, especialmente quando as expectativas de padronização e comparabilidade são cada vez maiores.
UE alerta: aquecimento ameaça os recursos da Europa
Um novo relatório da Agência Europeia do Ambiente acendeu o alerta: as mudanças climáticas, a degradação ambiental e a poluição estão colocando em risco os recursos naturais dos quais depende a segurança econômica da Europa. Segundo a matéria da Reuters, mais de 80% dos habitats protegidos do continente estão em estado ruim ou inadequado.
O documento destaca a perda de biodiversidade, o estresse hídrico e a superexploração de recursos como sinais de pressão crescente sobre o equilíbrio ecológico. A Europa é atualmente o continente que mais aquece no mundo, com eventos extremos mais frequentes, como secas, inundações e ondas de calor.
A diretora-executiva da agência, Leena Yla-Mononen, afirmou que a “janela para ação significativa está se estreitando” e que o continente se aproxima de pontos de inflexão ecológicos, sociais e econômicos. Disputas políticas internas e atrasos em metas climáticas aumentam a preocupação com a capacidade de resposta dos países.
Uma década de ODS: progressos e aprendizados
Uma análise publicada no Journal of Cleaner Production fez um balanço sobre os dez anos de implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Utilizando dados de 167 países e uma abordagem de agrupamento por padrões, o estudo mapeou trajetórias distintas de progresso, permitindo comparações entre grupos de nações com níveis semelhantes de desempenho.
Segundo o artigo, a metodologia permite identificar quais fatores moldam os avanços (ou estagnações) dos ODS em diferentes contextos. Isso pode ajudar formuladores de políticas públicas a adaptar estratégias e otimizar a alocação de recursos.
A conclusão reforça a importância de abordagens comparativas para entender os obstáculos comum e os caminhos mais eficazes para acelerar o progresso sustentável em escala global.
Acompanhe também os principais índices ESG
Além das notícias da semana, você confere no Radar ESG os principais índices de sustentabilidade, incluindo benchmarks globais e brasileiros, assim como dados sobre títulos verdes e setores ligados à transição energética.
A tabela apresenta uma visão consolidada dos índices que refletem diferentes abordagens dentro da agenda ESG, desde desempenho corporativo sustentável até indicadores de baixa emissão de carbono e clima.

O que achou deste conteúdo?
Clicando aqui, você pode deixar o seu feedback mais detalhado!
Confira outras edições do Radar ESG
Taxonomia aprovada, regulação em vista e transição no centro do debate
O Radar ESG da semana acompanha os próximos passos da agenda verde no Brasil e reforç [...]
Créditos de plástico entram no radar da sustentabilidade
O Radar ESG dessa semana destaca acesso a recursos, inclusão e soluções para desafios [...]
Calor recorde, fundos sustentáveis e uma nova leitura sobre o nível do mar
O Radar ESG dessa semana traz extremos climáticos, crescimento com propósito e questi [...]


