Calor recorde, fundos sustentáveis e uma nova leitura sobre o nível do mar
O Radar ESG dessa semana traz extremos climáticos, crescimento com propósito e questionamentos que dividem especialistas
Por Comunicação Itaú Asset
EDIÇÃO #10

A edição desta semana do Radar ESG percorre quatro frentes da agenda climática. O verão europeu bateu recordes de temperatura e pressionou cidades, redes e políticas de adaptação. No Mediterrâneo, incêndios florestais ganharam intensidade em função direta da crise climática. Também acompanhamos o crescimento expressivo dos fundos sustentáveis no Brasil e a publicação de um estudo sobre a relação entre aquecimento global e o nível do mar.
Veja os destaques:
Verões mais extremos deixam de ser exceção
Segundo uma matéria publicada no New York Times, o verão europeu de 2025 foi marcado por ondas intensas de calor que causaram centenas de mortes, incêndios e sobrecarga nos sistemas de energia. Entre meados de junho e início de julho, as temperaturas médias globais atingiram níveis inéditos para o período. Junho foi classificado como o mais quente da história.
A gravidade dos eventos levou governos e gestores a questionarem a resiliência das cidades e das infraestruturas diante de um cenário que deixa de ser exceção e passa a exigir respostas estruturais. A conclusão é que o planejamento urbano e energético precisa se adaptar para lidar com a nova realidade climática.
Incêndios no Mediterrâneo e a nova frequência do risco
De acordo com um relatório divulgado pelo Politico, incêndios florestais severos atingiram Grécia, Chipre e Turquia durante o verão de 2025. O estudo aponta que a combinação de calor extremo, ventos fortes e vegetação ressecada tornou os incêndios até 10 vezes mais prováveis devido às mudanças climáticas. Antes, um evento desse tipo seria esperado apenas uma vez a cada 100 anos. Agora, essa frequência despencou.
O levantamento ainda mostra que a Península Ibérica e o Mediterrâneo enfrentam condições que antes ocorriam a cada 500 anos, mas que hoje podem se repetir em um intervalo médio de 13 anos. Além dos fatores climáticos, o abandono de áreas rurais e a má gestão da vegetação criam um cenário ainda mais propício à propagação do fogo.
Fundos sustentáveis crescem em ano de COP30
Segundo reportagem do InfoMoney, os fundos de investimento sustentável (IS) no Brasil somaram R$ 36,8 bilhões em patrimônio líquido até julho de 2025. Isso representa um aumento de 48% em relação a dezembro do ano anterior e de 89% frente a julho de 2024.
Apesar de ainda corresponderem a apenas 0,37% do total da indústria de fundos, esses produtos vêm ganhando espaço, principalmente entre investidores interessados em ativos com propósito de médio e longo prazo. O levantamento também mostra que 72% desses fundos têm foco em temas ambientais, como mudanças climáticas e transição energética.
Grande parte desse crescimento veio da renda fixa, impulsionada por títulos rotulados como debêntures e bonds verdes. O número de investidores também quase dobrou desde o fim do ano passado, refletindo uma demanda crescente por investimentos alinhados à agenda climática.
Um novo estudo reacende o debate sobre o nível do mar
Um artigo publicado pelo New York Post trouxe à tona um estudo que questiona a ideia de que o aquecimento global esteja acelerando a elevação do nível do mar. Os autores analisaram dados de 200 marégrafos com mais de 60 anos de registros e apontam uma taxa média de aumento de apenas 1,5 mm por ano até 2020, cerca de metade do que é comumente citado por instituições internacionais.
O estudo sugere que elevações observadas em determinadas regiões podem estar mais ligadas a fatores locais, como atividades sísmicas ou obras de infraestrutura, do que à elevação global provocada pelo clima. Os autores não negam o uso de modelos, mas pedem mais cautela na forma como os dados são comunicados ao público, destacando que os resultados ainda não invalidam os riscos, mas merecem mais investigação.
Acompanhe também os principais índices ESG
Além das notícias da semana, você confere no Radar ESG o acompanhamento dos principais índices de sustentabilidade, incluindo benchmarks globais e brasileiros, assim como dados sobre títulos verdes e setores ligados à transição energética.
A tabela apresenta uma visão consolidada dos índices que refletem diferentes abordagens dentro da agenda ESG, desde desempenho corporativo sustentável até indicadores de baixa emissão de carbono e clima.

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