Furacões, ciência do clima e metas sob pressão

EDIÇÃO #9

A edição desta semana do Radar ESG traz quatro movimentos relevantes na agenda ambiental. Pesquisas alertam para o agravamento dos furacões no Atlântico, enquanto cientistas desenvolvem metodologias para medir a influência humana em eventos extremos. No campo da diplomacia, a COP30 cobra urgência e ambição dos países, e o Brasil lança uma ferramenta para acompanhar o ritmo de sua própria transição ecológica.

Confira os destaques:

Segundo reportagem da France24, o aquecimento dos oceanos tem intensificado a força e a velocidade das tempestades tropicais. Estudos apontam que furacões agora se formam mais rapidamente, transportam volumes maiores de água e provocam marés de tempestade mais elevadas.

O NOAA observou que tempestades que se fortalecem rapidamente perto da costa causam mais danos, mesmo que cheguem em terra com a mesma classificação. Em 2024, todos os furacões do Atlântico apresentaram aceleração nos ventos máximos. A conclusão dos pesquisadores é clara: o risco climático nas áreas costeiras está aumentando, exigindo medidas urgentes de adaptação.

O grupo World Weather Attribution tem ganhado destaque ao desenvolver métodos que estimam quanto eventos extremos, como chuvas intensas, secas ou ondas de calor, são agravados pelas mudanças climáticas causadas pela ação humana. A matéria do Mongabay mostra como essa abordagem, conhecida como "atribuição rápida", já foi aplicada em diferentes contextos, como a seca na Amazônia em 2023 e as enchentes nos Estados Unidos em 2025.

Ao separar o componente natural do componente climático, a metodologia oferece dados que ajudam a embasar políticas públicas, fortalecer planos de adaptação e orientar ações emergenciais. Mais do que apontar culpados, trata-se de entender melhor os riscos para agir com mais precisão.

Há poucos meses da conferência em Belém, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, fez um apelo direto aos países para que atualizem suas NDCs (metas nacionais de redução de emissões) até 25 de setembro. A reportagem da Agência Brasil destaca que o número de compromissos entregues ainda está abaixo do necessário, com grandes emissores como China e União Europeia pendentes e os Estados Unidos sem posicionamento claro.

O Brasil, por sua vez, tem mobilizado sua diplomacia e articulado reuniões preparatórias para garantir que a conferência avance com base na cooperação internacional. A expectativa é que as metas sejam mais do que planos de longo prazo: precisam refletir ações concretas que combinem desenvolvimento com responsabilidade climática.

O governo federal, em parceria com a FGV, lançou uma plataforma que acompanha o avanço do Plano de Transformação Ecológica. De acordo com a reportagem da Capital Reset, o painel organiza dados de seis eixos centrais: finanças sustentáveis, bioeconomia e sistemas agroalimentares, transição energética, economia circular, adensamento tecnológico e nova infraestrutura.

Até o momento, 64% das ações previstas já foram implementadas, e 36% estão em andamento. A proposta é dar mais transparência à sociedade e aos investidores, permitindo acompanhar a efetividade das políticas públicas voltadas para a economia verde.

Além das notícias da semana, você confere no Radar ESG o acompanhamento dos principais índices de sustentabilidade, incluindo benchmarks globais e brasileiros, além de dados sobre títulos verdes e setores ligados à transição energética.

A tabela apresenta uma visão consolidada dos índices que refletem diferentes abordagens dentro da agenda ESG, desde desempenho corporativo sustentável até indicadores de baixa emissão de carbono e clima.

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