Créditos de plástico entram no radar da sustentabilidade

EDIÇÃO #11

Nesta edição do Radar ESG, observamos um cenário em que recursos de fundos climáticos se tornam mais acessíveis ao Brasil, a energia solar avança entre empresas médias e novos mecanismos surgem para valorizar a reciclagem. Também destacamos dados sobre diversidade no mercado de capitais, que mostram evolução no debate e nos indicadores do setor.

Confira os destaques:

O Brasil teve quatro novos projetos aprovados pelos Climate Investment Funds (CIF) no primeiro trimestre de 2025, totalizando US$ 160 milhões em recursos. As iniciativas, segundo matéria do Eixos, envolvem parcerias entre BID, BIRD, BNDES e Banco do Nordeste, com foco em infraestrutura de baixo carbono, energia renovável e tecnologias de transição.

Além disso, o país foi um dos quatro convidados a elaborar um plano no Programa de Descarbonização da Indústria, com acesso potencial a até US$ 250 milhões. No mesmo período, o Brasil recebeu a aprovação paraum plano de investimento de US$ 47 milhões no programa Natureza, Povos e Clima, e foi incluído em outras frentes regionais coordenadas por organismos multilaterais. Os dados reforçam o papel do país como destino estratégico para o financiamento climático internacional.

De acordo com reportagem do Valor Econômico, a geração solar nas empresas de médio porte triplicou, indicando uma adesão crescente à fonte fotovoltaica por esse segmento. O avanço sinaliza que projetos de geração própria estão se tornando mais acessíveis e viáveis para negócios que antes viam a energia solar como uma solução distante ou restrita a grandes grupos.

Esse crescimento contribui para descentralizar a matriz elétrica brasileira e fortalece a tendência de que empresas busquem mais autonomia energética, redução de custos e alinhamento com metas ambientais.

Um levantamento da Anbima divulgado pelo Diário do Comércio mostra que as mulheres representam 35,4% da força de trabalho no mercado de capitais brasileiro. Em cargos de gerência, o número é ainda maior, chegando a 42,9%. O estudo mapeou mais de 150 instituições financeiras e aponta um avanço nas práticas de contratação e inclusão.

A pesquisa também revelou que 59% das instituições adotam políticas de contratação voltadas a grupos minoritários. As prioridades estão centradas em mulheres (45%), pessoas pretas (31%) e pessoas com deficiência (28%). Apesar dos avanços, o principal desafio apontado foi o engajamento da liderança, mencionado por 42% dos respondentes.

De acordo com reportagem da Capital Reset, os créditos de plástico surgem como uma alternativa para tornar a reciclagem mais competitiva. O modelo é semelhante ao dos créditos de carbono: recicladoras e catadores podem gerar créditos a partir da coleta e reciclagem de resíduos, vendendo-os a empresas interessadas em compensar sua pegada plástica.

No Brasil, o mecanismo é respaldado pelo Decreto 11.413/2023 e já há empresas certificadas operando no modelo, como Wise Plásticos e Polibalbino. Os valores por tonelada variam entre US$ 100 e US$ 1.000, superando o retorno de outros tipos de crédito ambiental. A expectativa é de que, mesmo com um mercado ainda voluntário, a prática ganhe força, especialmente diante das dificuldades nas negociações para um tratado global sobre o plástico.

Além das notícias da semana, você confere no Radar ESG o acompanhamento dos principais índices de sustentabilidade, incluindo benchmarks globais e brasileiros, assim como dados sobre títulos verdes e setores ligados à transição energética.

A tabela apresenta uma visão consolidada dos índices que refletem diferentes abordagens dentro da agenda ESG, desde desempenho corporativo sustentável até indicadores de baixa emissão de carbono e clima.

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