ETFs em alta, Brasil em foco e renda fixa americana no radar

EDIÇÃO #113

O Radar Beta desta semana acompanha a expansão do mercado de ETFs, que já aparece entre os fundos mais procurados por investidores no Brasil. Também destacamos o lançamento de um novo ETF que oferece exposição à renda fixa americana com proteção cambial, a alta histórica do Ibovespa em agosto e uma reflexão sobre por que investir de forma indexada não significa ficar parado.

Confira os destaques:

Segundo dados divulgados pela Anbima, os ETFs conquistaram o segundo lugar no ranking de captação entre os fundos tradicionais, ficando atrás apenas da renda fixa. De agosto de 2024 a julho de 2025, foram R$ 5,8 bilhões em entradas líquidas, um crescimento expressivo que reforça a consolidação da categoria no mercado local.

Nesse mesmo período, 23 novos ETFs foram lançados, elevando o total para 127, o que representa um salto de 22%. O destaque ficou para os ETFs de renda fixa, que lideraram em captação com R$ 4,1 bilhões.

A popularidade entre investidores pessoa física também cresceu: o número de contas saltou para 1,1 milhão, um aumento de 29%. Essa expansão está diretamente ligada às características dos ETFs, como liquidez, transparência, baixo custo e facilidade de acesso.

O ETF T10R11 chegou à B3 com a proposta de oferecer ao investidor brasileiro exposição à renda fixa dos Estados Unidos, mais especificamente aos Treasuries de 10 anos, com hedge cambial automático para o real. Segundo artigo do Íon, trata-se de uma alternativa moderna e acessível que antes era reservada a grandes investidores institucionais.

Na prática, o investidor passa a ter acesso a um título considerado referência global em segurança, com liquidez diária (D+1) e investimento mínimo a partir de R$ 50. O diferencial está no prêmio de risco cambial: ao aplicar em real com hedge, o investidor recebe, na forma de retorno, a diferença entre os juros brasileiros e os juros americanos. Esse diferencial tem sido historicamente positivo, superando os 10% ao ano.

O mês de agosto foi positivo para o mercado acionário brasileiro. De acordo com dados divulgados pela SpaceMoney, o Ibovespa registrou alta de 6,28%, o melhor desempenho mensal desde agosto de 2024. No acumulado, o índice alcançou uma nova máxima histórica, com fechamento acima de 141 mil pontos.

Entre os fatores que impulsionaram o movimento estiveram a melhora na percepção do cenário político e fiscal, além da expectativa de cortes nos juros dos Estados Unidos. Apesar disso, o desempenho do Ibovespa em dólar ainda fica atrás de outros mercados. Nos últimos 10 anos, o índice acumulou ganho de 4% em dólar, contra quase 190% do S&P 500, reforçando a importância da diversificação geográfica nas carteiras.

ETFs como BOVV11, DIVO11 e FIND11 oferecem diferentes formas de exposição ao mercado de ações brasileiro.

No artigo publicado pelo TudoETF, Renato Eid Tucci, da Itaú Asset, explica por que a ideia de que o investimento indexado é “passivo demais” não faz mais sentido. Os índices não são estruturas paradas: eles se adaptam, mudam de composição, acompanham a economia e refletem os movimentos do mercado de forma dinâmica.

O Ibovespa, por exemplo, é atualizado com frequência, com critérios claros que incluem volume de negociação, liquidez e relevância das empresas listadas. Investir via ETFs é uma forma de acompanhar essas transformações sem precisar prever cada oscilação ou fazer trocas constantes na carteira. O investidor segue exposto ao que está mais representativo, com eficiência, transparência e simplicidade operacional.

Entre os fundos que acompanham essa lógica estão BOVV11, SPXR11 e B5P211, que ajudam a capturar movimentos locais e globais de forma prática.

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