'Brasil é só 1% do mercado global': por que, segundo o CIO da Avenue, investidor não pode ignorar diversificação internacional

Avenue Connection: segundo Daniel Haddad, não faz sentido ficar de fora dos EUA, país que gera 25% do PIB global e consome 30% de tudo que é produzido no planeta

Por Itaú Private Bank

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Daniel Haddad em primeiro plano. Ao fundo, painel iluminado do evento "Avenue Connection"

Em um mundo repleto de ruídos políticos e econômicos, muitos investidores se perguntam se este é o momento certo para diversificar o patrimônio globalmente. No entanto, para Daniel Haddad, Chief Investment Officer da Avenue, os ruídos são irrelevantes diante da dimensão do mercado internacional.

“O Brasil representa apenas 1% do mercado financeiro global”, afirmou o executivo, durante o Avenue Connection, evento para profissionais de investimento e clientes.

“É como ir em um supermercado com 100 gôndolas e dizer: só posso comprar de uma gôndola de produtos. Ignorar as demais 99 gôndolas do supermercado financeiro global é limitar demais as possibilidades do investidor”, ele destacou.

Haddad comparou a hesitação de muitos brasileiros diante do cenário externo à recorrente crença de que o momento mais favorável da economia americana acabou. A história, no entanto, mostra o contrário.

Mesmo em meio a crises, escândalos e recessões, os EUA mantiveram-se como motor de inovação e crescimento. “Durante todos os períodos de volatilidade, os EUA seguiram na vanguarda. Inteligência artificial, tecnologia, internet… a indústria criativa segue viva por lá.”

Diversificação internacional

Daniel Haddad lembrou que o mercado americano soma mais de US$ 100 trilhões, o dobro do total dos nove maiores mercados do mundo, depois dos Estados Unidos, incluindo China, Alemanha e Japão.

“É onde estão nove das dez maiores empresas do mundo, onde há o maior número de multinacionais e onde investidores globais continuam aumentando presença.”

Ele também lembrou que os EUA geram 25% do PIB global e consomem 30% de tudo que é produzido no planeta. “Faz sentido se desconectar de quem consome um terço do mundo?”, questionou.

A mensagem central é que diversificação internacional deve ser vista como uma alocação patrimonial estrutural, e não uma decisão tática sujeita ao humor dos mercados. “Quem foca no ruído, perde. Quem foca no sinal, colhe os frutos das transformações globais.”

Confira abaixo o que disse Daniel Haddad, CIO da Avenue:

  • Ruído vs. sinal: notícias negativas sempre existiram, mas o foco deve estar nas mudanças estruturais, não nas manchetes do dia.
  • Participação baixa: a alocação média de brasileiros no exterior é de apenas 2,5%. Tem potencial para crescer muito nos próximos anos.
  • Dólar como proteção: com o consumo da alta renda fortemente atrelado ao câmbio, o dólar é um pilar essencial na preservação do poder de compra.
  • Demografia e inovação: os EUA continuam atraindo talentos globais e liderando em tecnologia e educação. Mesmo o estado mais pobre dos EUA, o Mississippi, tem PIB per capita superior ao de países do G7.
  • Transferência geracional: por volta de US$ 84 trilhões estão trocando de mãos no mundo. No Brasil, serão US$ 9 trilhões, e a nova geração já nasce conectada globalmente.
  • Diversificar não é abandonar: olhar para o exterior não é deixar o Brasil para trás, é equilibrar riscos e garantir acesso às maiores e melhores oportunidades do planeta.

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