CDI vs. preservação do patrimônio: o que o investidor precisa saber

Avenue Connection: Martin Iglesias, do Itaú, e Daniel Haddad, da Avenue, explicam as desvantagens de resistir à diversificação, mesmo em tempos de juros altos

Por Itaú Private Bank

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A imagem captura três cadeiras enfileiradas. À esquerda, senta-se Martin Iglesias, gerente de produtos de investimento do Itaú Unibanco.

O CDI, uma das principais referências e indexadores financeiros, é responsável por uma falsa sensação de segurança aos brasileiros. A opinião é compartilhada entre os especialistas Martin Iglesias, gerente de produtos de investimento do Itaú Unibanco, e Daniel Haddad, Chief Investment Officer da Avenue.

Os dois conversaram durante o evento Avenue Connection, em São Paulo, sobre os vieses comportamentais dos investidores e os motivos que fazem com que alguns clientes, com um patrimônio já estruturado, posterguem o processo de diversificação de portfólio.

“A maior parte dos investidores olha para o retorno nominal em reais e acha que está tudo bem", afirmou Haddad. "Mas quando convertemos esse desempenho para o dólar, o CDI acumula uma valorização muito menor do que se imagina. Em alguns períodos, o retorno do CDI chega a ser irrelevante”, afirmou o executivo da Avenue.

Martin Iglesias, do Itaú, lembrou que a concentração exagerada em ativos locais compromete o poder de compra global do investidor. “O investidor não precisa abrir mão do Brasil. Mas precisa entender que o mundo oferece mais proteção e mais possibilidades para o seu patrimônio”, refletiu o especialista.

Os dois executivos reforçaram que o objetivo do investimento deve ser a preservação do patrimônio. E, em um mundo globalizado, isso passa por construir uma carteira conectada às economias mais robustas do planeta. "É preciso olhar para o exterior", destacou Iglesias.

Comportamento e bloqueios emocionais

Mais do que dados, Martin Iglesias e Daniel Haddad destacaram também a importância de enfrentar o lado emocional do investimento. O especialista do Itaú apontou que o apego ao CDI é muitas vezes fruto de vieses comportamentais, como o excesso de confiança no mercado local e a aversão às novidades.

“Há muito ruído, e o investidor tende a se proteger do que não entende", explicou Iglesias. "Nosso papel como especialistas é transformar o desconhecido em algo familiar. Só assim é possível romper com o imediatismo e tomar decisões estratégicas de longo prazo”, disse Iglesias.

Confira os principais insights do painel:

  • Falsa segurança: retornos em reais não garantem proteção global. O CDI, quando convertido para dólar, pode levar o investidor a uma decisão equivocada.
  • Continue no Brasil: diversificar internacionalmente é uma decisão tomada para ampliar horizontes, e não para deixar o mercado brasileiro.
  • Garantia de valor: o foco do investidor, afirmaram os especialistas, deve estar na preservação do poder de compra, não apenas no retorno absoluto.
  • Ir além: finanças comportamentais são barreiras reais. Vencer o medo e a inércia é parte da construção patrimonial. A alocação global é uma decisão estrutural, não apenas tática.

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