Payroll registra criação de vagas acima do esperado; PMI de serviços entra em território expansionista
No Radar do Mercado: mercado de trabalho nos EUA surpreende, levando o mercado a postergar a expectativa pelo início dos cortes nos juros americanos. PMI de serviços vem levemente acima do esperado, em patamar que indica expansão da atividade
Por Itaú Private Bank
O Payroll, relatório de folha de pagamentos do Departamento do Trabalho dos EUA, indicou a criação de 147 mil vagas de emprego em junho, superando a mediana das expectativas (106 mil). O resultado representou uma aceleração frente ao mês de maio, quando o indicador registrou a criação de 144 mil vagas – dado revisado de 139 mil divulgado anteriormente.
A taxa de desemprego, por sua vez, recuou frente a maio, saindo de 4,2% para 4,1%, surpreendendo a expectativa do mercado, que aguardava o movimento contrário: uma alta para 4,3%. O movimento, no entanto, é explicado pela queda da taxa de participação da força de trabalho, que recuou para 62,3%. Com menos pessoas buscando emprego, a taxa de desemprego cai. Na parte dos rendimentos, os ganhos salariais por hora trabalhada subiram 0,2% na comparação mensal, para US$ 36,30.
Nossa visão: os dados do Payroll de junho trouxeram uma criação de vagas acima das expectativas, além de recuo na taxa de desemprego. Ainda que a segunda seja explicada por saídas da força de trabalho, a divulgação está alinhada ao cenário de desaceleração apenas gradual do mercado de trabalho, reduzindo preocupações com o curto prazo. Assim, nesta manhã, o mercado vem postergando a expectativa para retomada do ciclo de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
ISM de serviços dos EUA avança em junho
O Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) informou nesta quinta-feira, 3, que o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços dos EUA subiu de 49,9 em maio para 50,8 em junho. O resultado veio ligeiramente acima da expectativa do mercado, que projetava um aumento para 50,6 pontos, e superou o limiar de 50 pontos, o que indica que a atividade está em expansão.
Na quebra por componentes, a abertura sugere uma atividade resiliente, mas com pressões na frente inflacionária. Os novos pedidos (relacionados à demanda) ultrapassaram os 50 pontos, em 51,3, enquanto a parte de preços seguiu bem elevada, em 67,5 pontos. O componente de emprego, contudo, decepcionou, seguindo em território contracionista (47,2).
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