Vendas no varejo decepcionam no Brasil e Trump eleva tarifas, mas adia prazo para aplicação

No Radar do Mercado: o IBGE divulgou a PMC com alta nas vendas do varejo ampliado e recuo no varejo restrito no mês de maio, mas ambas abaixo da expectativa do mercado. Nos EUA, Donald Trump anuncia novas tarifas sobre 14 países, mas adia prazo para aplicação

Por Itaú Private Bank

5 minutos de leitura

Vendas no varejo vêm abaixo da expectativa do mercado em maio

As vendas do varejo ampliado subiram 0,3% em maio no comparativo com abril na série com ajuste sazonal, segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada nesta terça-feira, 8, pelo IBGE. O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado, que aguardava um acréscimo de 1,0%. Já as vendas do varejo restrito, que exclui itens como veículos, motos, partes e peças, material de construção a atacarejo, caíram 0,2% no comparativo mensal com ajuste sazonal, bem abaixo da expectativa do mercado, que esperava um aumento de 0,2%.

Dos 10 setores pesquisados, seis avançaram, três contraíram e um se manteve estável. O destaque positivo no mês foi para "Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação”, com alta de 3,0%, e “Móveis e eletrodomésticos”, com alta de 2,0%. Por outro lado, os grupos “Outros artigos de uso pessoal e doméstico” (-2,1%), “Livros, jornais, revistas e papelaria” (-2,0%) e “Combustíveis e lubrificantes” (-1,7%) puxaram as vendas para baixo.

Nossa visão: o resultado do setor varejista em maio veio abaixo das expectativas do mercado, apresentando alguma estabilidade em itens sensíveis ao crédito (excluindo veículos) e nos sensíveis à renda, o que reforça os sinais de desaceleração gradual da atividade econômica. Na sexta-feira, serão divulgados os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) fechando o quadro da atividade do mês de maio.

Trump anuncia novas tarifas para 14 países, mas posterga prazo de aplicação

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou ter enviado cartas comunicando aumento de tarifas comerciais a 14 países. Os países asiáticos são maioria na lista, com destaque para Japão e Coreia, que possuem maior participação nas importações americanas e nos quais as tarifas recíprocas subirão de 10% para 25%. No geral, as tarifas anunciadas ontem estão mais próximas dos níveis do dia 2 de abril, o chamado “Dia da Libertação”, do que da atual tarifa mínima de 10% anunciada em 9 de abril.

Por outro lado, Donald Trump comunicou que o prazo para aplicação das novas tarifas foi adiado, de 9 de julho, como inicialmente previsto, para 1º de agosto. Ele também havia dito que esse prazo não é definitivo, o que ofereceu suporte à hipótese de que o anúncio visa aumentar pressão sobre países com pouco progresso nas negociações comerciais com os EUA. Nesta manhã, no entanto, o presidente afirmou via rede social que o prazo não será estendido.

No caso de implementação das tarifas como anunciadas até o momento, a tarifa efetiva média sobre as importações americanas subiria cerca de dois pontos percentuais, a partir do atual nível de ao redor de 15%.

Tabela com a descrição das tarifas anunciadas para os países principais
Fonte: US Census Bureau e Itaú Private Bank

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