Ata do Copom: unanimidade em torno da sinalização dura
No Radar do Mercado: documento divulgado hoje consolidou a orientação sobre próximos passos, reconhecendo a deterioração no cenário de inflação
Por Itaú Private Bank
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central foi divulgada nesta terça-feira e trouxe mais detalhes do encontro em que os membros tomaram a decisão unânime de elevar a taxa Selic em 1,0 ponto percentual, para 12,25% ao ano.
O texto apresenta um cenário de inflação bastante desafiador. Importante notar que o comitê enfatiza que optou, por unanimidade, pelo aumento de 1,0 p.p. e pela orientação sobre os seus próximos passos. Além disso, a ata basicamente consolida as próximas duas decisões de política monetária, quantificando dois aumentos adicionais de mesma magnitude, a menos que haja uma melhora significativa no ambiente inflacionário.
Cabe destacar ainda que o Copom aumentou mais uma vez sua estimativa da taxa neutra, de 4,75% para 5,00% ao ano, e alertou sobre as condições de crédito.
Nossa visão: esperamos que a Selic termine o ciclo em 15,00% ao ano, com dois aumentos adicionais de 1,0 p.p. e um final de 0,75 p.p. na reunião de maio de 2025. Detalhes adicionais sobre o racional do Copom serão apresentados no Relatório Trimestral de Inflação e na coletiva de imprensa, nesta quinta-feira.
Vendas no varejo americano avançam em novembro
As vendas no varejo dos EUA subiram 0,7% em novembro, acelerando na comparação com a leitura de outubro, que foi revisada para cima. O resultado veio ligeiramente acima das projeções do mercado (0,6%).
Ao excluir automóveis, as vendas no setor registraram avanço menos expressivo, 0,2% na comparação mensal, frustrando as expectativas, mas mantendo o ritmo do resultado anterior, que foi revisado para cima. Os mesmos resultados foram observados para o indicador que exclui, também, postos de gasolina.
O grupo de controle, que tem maior relação com o componente de consumo do Produto Interno Bruto (PIB) americano, acelerou para 0,4% em linha com as expectativas do mercado, vindo de um recuo de -0,1%. De maneira geral, a leitura segue apontando para um cenário de consumo resiliente nos EUA, alimentando a discussão sobre menor espaço para queda de juros à frente.
Produção industrial americana vem abaixo do esperado
Em novembro, a produção industrial americana contraiu (-0,1%) na comparação mensal, após recuo na leitura anterior (-0,4%). O resultado ficou abaixo da expectativa do mercado, que projetava avanço do indicador (0,3%). A produção manufatureira mostrou recuperação (0,2%, após -0,7% em outubro), ainda que abaixo da esperada pelo mercado (0,5%).
A leitura segue indicando fraqueza do setor industrial americano. Divulgados ontem, os PMIs de dezembro sugerem que essa dinâmica deve continuar à frente, com o componente referente à indústria ainda apontando contração da atividade no setor, enquanto a economia deve seguir sustentada pelos serviços.
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