Relatório Focus: projeções para IPCA, Selic, PIB e dólar sobem após último Copom do ano
No Radar do Mercado: expectativas de inflação para 2024 e 2025 continuam se distanciando da meta, mesmo com elevação da Selic. Na China, dados da indústria superam as expectativas, mas varejo e investimentos frustram
Por Itaú Private Bank

Uma nova edição do Relatório Focus foi divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira, a primeira após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na semana passada. As previsões para o câmbio, o PIB e o IPCA de 2024 e 2025 continuaram subindo.
A mediana das estimativas do IPCA para 2024 subiu de 4,84% para 4,89%. Com isso, a projeção renovou a máxima do ano mais uma vez e se distanciou ainda mais do teto do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual ao redor da meta de 3,0% ao ano definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A previsão para 2025, por sua vez, teve um leve aumento de 4,59% para 4,60%. Já a previsão para 2026 se manteve estável em 4,00%.
O câmbio também teve suas previsões alteradas para cima. A projeção para o final de 2024 passou de R$/US$ 5,95 para R$/US$ 5,99, enquanto a projeção para 2025 subiu de R$/US$ 5,77 para R$/US$ 5,85 e para 2026, de R$/US$ 5,73 para R$/US$ 5,80.
Com relação à Selic, após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa básica em 1,0 ponto percentual, para 12,25% ao ano, e sinalizar dois aumentos de mesma magnitude nas próximas duas reuniões, houve nova rodada de revisão das projeções para os próximos anos. Para 2025, a estimativa subiu de 13,50% para 14,00%. Já para 2026, a estimativa subiu de 11,00% para 11,25%.
Por fim, o Focus também trouxe revisão para cima na projeção para o PIB de 2024, de 3,39% para 3,42%, e de 2025, de 2,00% para 2,01%. Já a previsão para 2026 foi mantida em 2,00%.
China: indústria forte, mas varejo fraco em novembro
A produção industrial da China registrou expansão de 5,4% em novembro ante novembro de 2023, segundo dados publicados pelo Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês). O resultado veio em linha com as expectativas do mercado e levemente acima do resultado anterior (5,3%).
Já as vendas do varejo chinês avançaram 3,0% na comparação anual, bem abaixo do esperado (5,0%) e do resultado do mês anterior (4,8%). Enquanto isso, os investimentos em ativos fixos cresceram 3,3% no acumulado de janeiro a novembro de 2024 comparado a igual período de 2023, depois de mostrarem alta de 3,4% nos primeiros dez meses do ano, e também ficaram ligeiramente abaixo das expectativas de 3,5%.
Além disso, no final de semana, as autoridades chinesas reforçaram o tom da mensagem de apoio à economia, sinalizando mais estímulo ao consumo interno, mais apoio ao setor imobiliário e mais suporte ao pagamento da dívida dos governos locais.
Nossa visão: as medidas já anunciadas até aqui devem ser suficientes para entregar o crescimento do PIB de 5,0% previsto para este ano, mas não eliminam as incertezas para os anos seguintes. Acreditamos que as autoridades chinesas permanecerão reativas e devem aguardar para ver o impacto da nova administração Trump nos EUA para tomarem novas decisões.
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