Focus: projeções para IPCA, PIB e câmbio em 2025 apresentam ligeiro recuo

No Radar do Mercado: Banco Central divulgou novo Boletim Focus com atualizações nas projeções de inflação deste e do próximo ano. Na Europa, PMI composto avançou menos do que o esperado pelo mercado, com surpresa no componente de serviços

Por Itaú Private Bank

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Tabela com resumo dos principais indicadores pesquisados pelo Relatório Focus

O Banco Central divulgou nesta segunda-feira, 24, mais uma edição do Relatório Focus com alterações nas projeções do mercado para a inflação, o PIB e o câmbio em diferentes prazos.

Na semana seguinte ao Copom, a mediana das expectativas para o IPCA de 2025 oscilou novamente para baixo, de 5,66% para 5,65%, ainda assim, continua acima do teto do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual ao redor da meta de 3,00% ao ano definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A projeção do IPCA para 2026, por outro lado, seguiu o movimento de ascensão observado na semana passada, indo de 4,48% para 4,50%, enquanto a projeção para 2027 se manteve estável em 4,00%. Em relação às expectativas de inflação para 12 meses à frente (um indicador importante para o Copom), a mediana recuou novamente, de 5,23% para 5,19%.

O Focus de hoje também atualizou a projeção para o PIB de 2025, de 1,99% para 1,98%, enquanto a de 2026 ficou estável em 1,60%. Já para 2027, houve uma oscilação de 2,00% para 1,99%. Para o câmbio, a expectativa para 2025 recuou de R$/US$ 5,98 para R$/US$ 5,95, mas, para 2026 e 2027, as expectativas foram mantidas em R$/US$ 6,00 e R$/US$ 5,90, respectivamente.

Por fim, as projeções para Selic foram mantidas em 15,00% para 2025, 12,50% para 2026 e 10,50% em 2027, após o Copom ter entregado mais uma alta de 1,0 ponto percentual na semana passada e sinalizado um novo aumento, de menor magnitude, na próxima reunião em maio.

PMI avança na Zona do Euro

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) composto da Zona do Euro avançou de 50,2 em fevereiro para 50,4 em março. O resultado acima de 50 pontos indica que a atividade segue em patamar expansionista, mas a previsão do mercado era de uma aceleração maior, para 50,7.

O resultado foi impulsionado pelo avanço do setor manufatureiro, que subiu de 47,6 para 48,7, bem acima, inclusive, do projetado pelo mercado (48,2), reforçando a tendência positiva dos últimos meses. A pesquisa mencionou um número elevado de importações dos EUA e o efeito dos cortes de juros como justificativas para a força do setor. O PMI de serviços, por outro lado, recuou de 50,6 para 50,4, na contramão da expectativa do mercado, que era de aceleração para 51,1.

Na segmentação por país, a pesquisa mostrou que houve aumento do setor manufatureiro, mas queda nos serviços na Alemanha, enquanto a França registrou avanço nos dois componentes.

Nossa visão: após a aprovação do pacote fiscal na Alemanha na semana passada, com potencial para impulsionar o crescimento de todo o bloco europeu nos próximos anos, acreditamos que o componente de expectativas das sondagens passe gradativamente a mostrar uma melhora, mas o impacto efetivo das medidas deve surtir efeito direto na atividade de 2026 em diante.

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