Copom deve sinalizar manutenção dos juros até ano que vem

No Radar do Mercado: Copom deve sinalizar juros inalterados e altos por período bastante prolongado no comunicado de amanhã. Enquanto isso, indústria apresenta desaceleração em setembro

Por Itaú Private Bank

5 minutos de leitura

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne novamente nesta terça, 4, e quarta-feira, 5, e deve decidir por unanimidade manter a taxa Selic em 15,00% ao ano, segundo a análise da equipe de macroeconomia do Itaú BBA. A decisão deve refletir a combinação entre a necessidade de cautela em um ambiente externo ainda incerto e a leitura de que os efeitos defasados da política monetária permanecem em curso.

De acordo com o relatório "Cockpit do Copom”, o conjunto de informações disponíveis evoluiu de maneira benigna desde a última reunião. Os dados de atividade vêm confirmando a tendência de desaceleração em curso, o mercado de trabalho dá os primeiros sinais de desaquecimento e as medidas do núcleo de inflação apresentaram alguma melhora nesse período. No entanto, isso ainda não deve ser suficiente para que o Copom altere sua sinalização de manutenção de juros altos por período bastante prolongado, reforçando a expectativa de manutenção da Selic em 15,00% a.a.

Confira o relatório na íntegra.

Produção industrial recua em setembro

gráfico com o resultado dos últimos 12 meses da pesquisa PIM-PF

Segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgada nesta terça-feira, 4, pelo IBGE, a produção industrial brasileira teve recuo de 0,4% em setembro frente a agosto, na série com ajuste sazonal. A queda veio em linha com o que era esperado pelo mercado. No período, a indústria de transformação ficou estável, enquanto extrativa/mineração caiu 1,6%. No comparativo com setembro de 2024, houve crescimento da indústria em 2,0%.

Em relação às quatro grandes categorias econômicas, apenas os “Bens de capital” (+0,1%) apresentaram crescimento na variação mensal. “Bens de consumo duráveis” (-1,4%), “Bens Intermediários” (-0,4%) e “Bens de consumo semiduráveis e não duráveis” (-0,1%) registram retração.

No total, 12 das 25 atividades industriais pesquisadas registraram recuo no mês, com destaque negativo para “produtos farmoquímicos e farmacêuticos” (-9,7%), “indústrias extrativas” (-1,6%) e “veículos automotores, reboques e carrocerias” (-3,5%). Já entre os avanços, produtos alimentícios (1,9%) exerceu o principal impacto na média da indústria, confirmando seu quarto resultado positivo em sequência.

Nossa visão: a produção industrial subiu 0,1% no terceiro trimestre encerrado em setembro, se mantendo praticamente estável e confirmando uma perda de fôlego que deve persistir nos próximos meses.

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