Com inflação recorde e renúncia, Reino Unido fica no centro das atenções
Economia e mercados: em meio a uma inflação recorde, Liz Truss renunciou ao cargo e se tornou a primeira-ministra com o mandato mais curto da história britânica
Por Itaú Private Bank
O Reino Unido tomou a atenção dos investidores nos últimos dias. Após um período de volatilidade nos mercados e de forte pressão dos parlamentares do partido conservador diante de seu pacote fiscal que incluía corte de impostos, a primeira-ministra Liz Truss renunciou ao cargo. A premiê já havia desistido de parte do seu plano, mas a decisão foi insuficiente para sua sustentação política. Na mesma semana, a inflação britânica acelerou novamente e entrou na casa dos dois dígitos.
Confira, abaixo, os fatores que impactaram os mercados nos últimos dias.
Liz Truss renuncia ao cargo no Reino Unido
A primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, renunciou ao cargo após 45 dias no governo e se tornou a premiê com a passagem mais rápida por Downing Street. Ela vinha sofrendo pressões do partido conservador devido ao seu plano econômico, que incluía um expressivo pacote fiscal e que gerou repercussão negativa nos mercados e desvalorização da libra.
Novo premiê pode assumir na próxima semana
É esperado que um novo premiê assuma dentro de uma semana. Nos próximos dias, o Partido Conservador realizará uma eleição envolvendo parlamentares conservadores e membros do partido. O ex-chanceler Rishi Sunak, Penny Mordaunt (que já concorreu à liderança) e o ex-primeiro-ministro Boris Johnson são os nomes mais citados para suceder Truss.
Inflação no Reino Unido acelera e atinge dois dígitos
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Reino Unido subiu para 10,1% em setembro na base anual, acelerando na comparação com agosto e ligeiramente acima das expectativas. Além de indicar a maior inflação em 40 anos, a leitura pressiona ainda mais as autoridades por uma nova alta na taxa de juros, que hoje está em 2,25%.
Banco da Inglaterra confirma venda de títulos em novembro
O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) confirmou as vendas de gilts (títulos do governo britânico) para 1º de novembro, após terem sido adiadas devido ao estresse do mercado. O BoE espera conduzir as operações seguindo os anúncios anteriores em tamanho e frequência. A maturidade dos títulos será de curto e médio prazo, não mais do que 20 anos.
Produção industrial dos EUA sobe acima do esperado
A produção industrial dos EUA subiu 0,4% em setembro, mostrando recuperação da atividade no setor frente ao mês anterior, quando registrou queda. O resultado veio acima das expectativas (0,1%). Na comparação anual, houve crescimento de 5,3%, também acelerando em relação a agosto.
Banco central da China mantém taxas de juros
O banco central da China (PBoC, na sigla em inglês) manteve inalteradas suas taxas de juros de referência para empréstimos de curto e longo prazos. Com isso, a Loan Prime Rate (LPR) com vencimento de um ano permanece em 3,65% ao ano, enquanto a LPR de cinco anos, referência para hipotecas, em 4,30% ao ano. A decisão veio em linha com as expectativas do mercado.
Europa avança em acordo para corredor dinâmico de preços
Os líderes europeus avançaram em acordo sobre um conjunto de medidas para conter os altos preços de energia, o que incluiu um “corredor dinâmico de preços” em caráter emergencial. A proposta limita a variação que o preço do gás poderá ter em um único dia. O pacote não terá uma implementação rápida e provavelmente será mais eficaz para o período de 2023.