Copom destaca risco fiscal; IPCA vem abaixo do esperado
Economia e mercados: Copom destacou a importância de avaliar os desenvolvimentos futuros da política fiscal; já o IPCA veio abaixo do esperado em novembro
Por Itaú Private Bank
A semana dos investidores foi marcada pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). A questão central não era mais sobre possíveis movimentos de taxa Selic, mas sim como as autoridades responderiam ao aumento de riscos fiscais. O recado foi que os desenvolvimentos futuros serão avaliados com atenção.
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro veio abaixo do esperado. A composição do dado segue benigna e indicou que a inflação está menos disseminada na margem.
Confira, abaixo, mais detalhes dos fatores que impactaram os mercados nos últimos dias.
IPCA abaixo do esperado em novembro
O IPCA teve uma alta mensal de 0,41%, mas desacelerou frente ao registrado em outubro e veio abaixo das expectativas. Em 12 meses, o indicador desacelerou de 6,5% para 5,9%. Projetamos alta de 5,8% no IPCA em 2022, com viés de baixa após o anúncio recente de corte de preço de gasolina na refinaria e com a surpresa de baixa no dado divulgado hoje.
Na última reunião do ano, Copom mantém a taxa Selic
O Copom manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano, conforme esperado. No comunicado, o comitê destacou que a incerteza atual exige uma avaliação atenta dos desenvolvimentos futuros da política fiscal, com ênfase aos preços dos ativos e às expectativas de inflação. Por enquanto, esperamos que os juros fiquem no nível atual durante maior parte de 2023.
Vendas no varejo crescem em outubro
O volume de vendas no varejo teve um incremento mensal de 0,4%. Na comparação anual, as vendas cresceram 2,7%. No comércio varejista ampliado, houve avanço de 0,5% m/m e 0,3% na a/a. De maneira geral, o varejo arrefeceu após forte resultado em setembro, em linha com nossa expectativa de desaceleração da economia no quarto trimestre do ano.
Após pico de casos, China afrouxa medidas contra a Covid
Os casos de Covid-19 na China seguem em altos níveis, mas recuaram em comparação aos patamares registrados nas últimas semanas. Após protestos contra a política de Covid zero, várias cidades começaram a afrouxar medidas de restrição. Além disso, o governo anunciou 10 novas medidas de flexibilização, adicionais às implementadas no início de novembro.
Inflação desacelera na China em novembro
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) da China avançou 1,6% na base anual, desacelerando em relação ao mês anterior e em linha com as projeções. A leitura e a demanda doméstica reprimida sugerem que as pressões desinflacionárias devem seguir no curto prazo. À frente, a dinâmica deve ser guiada pelo processo de reabertura da economia.