Corte de juros e volatilidade criam oportunidades de investimentos

Setembro fugiu do padrão sazonal tradicional, abrindo espaço para oportunidades em meio à incerteza.

Nesta edição, Marcio Brito, Head Investor do Banco Itaú International, comenta o enfraquecimento do mercado de trabalho nos EUA, os primeiros cortes de juros do Fed e as perspectivas para outubro.

Confira os destaques:

O mercado de trabalho americano mostrou sinais de enfraquecimento, com apenas 22 mil vagas criadas em agosto, bem abaixo do esperado. Dados anteriores foram revisados para baixo e o desemprego subiu para 4,3%, o maior nível desde 2021.

A paralisação do governo atrasou a divulgação de dados oficiais, dificultando a análise dos investidores.

A volatilidade de setembro foi impulsionada por notícias sobre comércio internacional e decisões de bancos centrais. A performance desigual de setores como tecnologia e inteligência artificial também contribuiu para os movimentos.

Apesar disso, os mercados se mantiveram resilientes, com o sentimento dos investidores influenciando tanto quanto os fundamentos econômicos.

O Fed cortou os juros em 25 pontos-base, para 4%–4,25%, e o mercado já espera novos cortes em outubro e dezembro. Historicamente, cortes com o S&P 500 em alta tendem a manter a bolsa positiva no ano seguinte.

Na Europa, BCE e Banco da Inglaterra mantiveram as taxas, demonstrando cautela diante da inflação.

Houve uma rotação setorial com dois movimentos paralelos: a retomada do interesse em IA e computação em nuvem, impulsionada pela Oracle e sua parceria com a OpenAI, e o bom desempenho de setores da economia real, como construtoras e small caps, favorecidos por recompras de posições vendidas. A disputa entre tecnologia e setores cíclicos segue moldando o mercado.

Os efeitos das tarifas comerciais ainda são limitados, com empresas e consumidores se adaptando melhor do que o previsto. No entanto, o risco de impactos maiores persiste.

A paralisação do governo americano adicionou incerteza, atrasando dados econômicos e afetando a confiança de consumidores e empresas.

• Payroll de setembro: Dado atrasado ganha importância extra - número fraco pode acelerar cortes do Fed
• Próxima decisão do Fed: Mercado espera mais 25 pontos base de corte
• Leituras de inflação: Dados altos limitam cortes; dados baixos dão mais espaço para afrouxamento
• Escaladas geopolíticas: Impactos em commodities, setor industrial e logística
• Continuidade da rotação setorial: Disputa entre big techs/IA e setores sensíveis a jurosVolatilidade como oportunidade: Movimentos bruscos ligados a posicionamento podem criar janelas de investimento