Em meio aos juros altos, crédito estruturado se consolida no mercado

Private Markets: estrategista sênior da Itaú Asset e gestor da Vinci Partners mostram como a classe de crédito estruturado é capaz de unir rentabilidade de previsibilidade

O ambiente de juros elevados pressiona empresas tomadoras de crédito, mas abre oportunidades para investidores. No Private Markets, evento do Itaú Private Bank, especialistas da Itaú Asset e da Vinci Partners destacaram como o crédito estruturado vem se consolidando como alternativa capaz de unir rentabilidade e previsibilidade.

Sérgio Goldstein, estrategista sênior da Itaú Asset, explicou que a gestora tem atuado em operações de fintechs de crédito, consórcios e securitizações, muitas vezes aproveitando a capilaridade do banco para estruturar operações escaláveis.

Já Benjamin Citron, gestor da Vinci Partners, ressaltou a importância de soluções oportunísticas. Ele citou o financiamento de etapas finais de obras paradas como exemplo de operação que apresenta risco reduzido, mas permite taxas mais elevadas ao investidor.

Diversidade

O painel também mostrou como o crédito estruturado se diferencia pela diversidade de originações. Além do crédito corporativo tradicional, a classe abrange plataformas de crédito, ativos judiciais, precatórios e operações de securitização. Essa variedade amplia as alternativas de investimento e os perfis de risco disponíveis.

Benjamin Citron e Sérgio Goldstein contaram que precatórios e ativos judiciais são frentes em crescimento. No caso dos precatórios, é importante distinguir os públicos, que dependem de regras estatais e apresentam maior risco de atraso, dos privados, cuja execução tende a ser mais previsível.

Outro exemplo foi o financiamento de escritórios de advocacia em grandes disputas. Essas operações permitem ao investidor acessar retornos expressivos em casos de êxito judicial, com estruturas de risco calibradas.

Para o investidor, um diferencial importante é a geração de caixa. Ao contrário de classes como private equity, o crédito estruturado devolve capital já nos primeiros anos de vida do fundo, criando previsibilidade e reforçando a confiança na estratégia.

Principais momentos

Juros altos: a taxa Selic em alta representa um desafio para empresas, mas oportunidade para os investidores.

Diversificação: classe abrange crédito corporativo, judicial, precatórios e securitizações.

Casos jurídicos: o financiamento de escritórios em grandes disputas judiciais é uma nova frente de investimentos.

Liquidez: setor conta com geração de caixa recorrente e devolução antecipada de capital.

Leia também

Private Markets: o papel estratégico dos fundos de private equity no portfólio do investidor

Em evento do Itaú Private Bank, gestores da Vinci Partners e Crescera mostraram como [...]

Brasil é o 10º maior mercado global de venture capital do mundo, dizem gestoras

Durante o Brazil Private Markets Summit, do Itaú Private Bank, fundadores da Monashee [...]

Infraestrutura: setor é defensivo e resiliente, mas exige disciplina do investidor

Brazil Private Markets Summit: gestores de infraestrutura da Kinea e da Perfin destac [...]