Focus: mercado revisa projeções para IPCA e PIB; nos EUA, Trump anuncia aumento nas tarifas sobre aço e alumínio
No Radar do Mercado: Banco Central divulga nova edição do boletim Focus com revisões para 2025. Enquanto isso, nos EUA, Trump anuncia que irá dobrar as tarifas sobre aço e alumínio a partir de quarta-feira e os dados do ISM manufatureiro são divulgados. Confira também nosso comentário a respeito da oscilação do preço do petróleo
Por Itaú Private Bank

O Banco Central divulgou nesta segunda feira, 2, mais uma edição do Relatório Focus, sem mudanças nas projeções do mercado para o câmbio e a taxa Selic, mas com uma redução na expectativa da inflação em 2025 e oscilações para o PIB deste e do próximo ano.
A mediana das projeções para o IPCA de 2025 diminuiu de 5,50% para 5,46%, após divulgação do IPCA-15 na semana passada, mas segue bem acima do teto do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual ao redor da meta de 3,00% ao ano definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2026, a estimativa se manteve em 4,50%, no limite do teto, e para 2027, 4,00%, dentro da banda superior da meta. Já as expectativas para a inflação de 12 meses à frente recuaram de 4,86% para 4,81%.
Sobre o PIB, após a divulgação do resultado do primeiro trimestre por parte do IBGE, o relatório do Banco Central mostrou uma oscilação negativa de 2,14% para 2,13% nas projeções para 2025. Já para 2026, as expectativas aumentaram, saindo de 1,70% para 1,80%, enquanto, para 2027, a mediana se manteve em 2,00%.
Em relação ao câmbio, as estimativas para 2025, 2026 e 2027 registraram estabilidade em todos os períodos, sendo mantidas em R$/US$5,80, R$/US$5,90 e R$/US$ 5,80, respectivamente. Por fim, as estimativas para a taxa Selic foram mantidas em 14,75% a.a. para 2025, 12,50% a.a. para 2026 e 10,50% a.a. para 2027.
Trump anuncia aumento de tarifas sobre importação de aço e alumínio
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que o país irá dobrar a tarifa aplicada sobre importações de aço e alumínio de 25% para 50% a partir da próxima quarta-feira, 4. O anúncio ocorre em meio à discussão sobre a legalidade das tarifas impostas globalmente, após o Tribunal de Comércio Internacional ter ordenado a suspensão das taxas de importação por conta do mecanismo utilizado pela Casa Branca. Aumentar as tarifas setoriais era justamente uma das vias legais possíveis para o governo americano retomar a política tarifária sem violar a decisão judicial.
Conflitos geopolíticos afetam a cotação do petróleo
Os mercados de petróleo operam em forte alta nesta segunda feira, 2. O noticiário repercute a decisão da OPEP+ de ampliar em cerca de 411 mil barris por dia sua oferta em julho, que veio em linha com as expectativas do mercado e sugeriria a manutenção dos preços nos patamares anteriores. Contudo, os mercados repercutem também as crescentes tensões entre Rússia e Ucrânia, após o ataque ucraniano em grande escala, utilizando drones contra bombardeiros russos neste domingo, 1º. Neste contexto, o preço do barril avança cerca de 4% (no momento da redação deste texto), com o WTI sendo negociado próximo de US$ 63,5 o barril e o Brent a US$ 65,3.
PMI manufatureiro dos EUA decepciona em maio
O Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) informou nesta segunda-feira, 2, que o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do setor manufatureiro dos EUA caiu de 48,7 em abril para 48,5 em maio, registrando a mínima em seis meses. O resultado veio abaixo da expectativa do mercado, que projetava um aumento para 49,5 pontos. A leitura abaixo dos 50 pontos indica contração da atividade no setor, que corresponde a 10,2% da economia americana como um todo. Nos comentários das pesquisas, seguem as menções à elevada incerteza, enquanto há relatos de transmissão dos custos das tarifas por fornecedores para alguns setores.
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