PIB do Brasil vem menor do que o esperado e inflação dos EUA em linha com as expectativas
No Radar do Mercado: IBGE divulgou que a economia brasileira cresceu menos do que o esperado pelo mercado no primeiro trimestre de 2025. Nos EUA, inflação preferida pelo Fed veio em linha com as expectativas em abril, mas renda dos trabalhadores surpreendeu
Por Itaú Private Bank
PIB cresce menos do que o esperado no 1T25
O PIB brasileiro cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025 frente ao último trimestre de 2024, segundo dados divulgados hoje pelo IBGE. O resultado veio abaixo da mediana das expectativas do mercado, que era de 1,5%. Em relação ao mesmo trimestre de 2024, o PIB cresceu 2,9%, marcando a 17ª alta consecutiva nessa base de comparação.
Do lado da oferta, a agropecuária foi a grande responsável pela alta do PIB. O setor teve alta de 12,2% no período, enquanto serviços cresceram 0,3% e a indústria apresentou leve queda de 0,1%. Do lado da demanda, o consumo das famílias cresceu 1,0%, o consumo do governo subiu 0,1%, enquanto os investimentos tiveram alta de 3,1% neste trimestre. Por fim, no setor externo, as exportações subiram 2,9% e as importações, 5,9%. O IBGE também revisou o crescimento do quarto trimestre de 2024 de 0,2% para 0,1%.
Nossa visão: apesar da forte performance do setor agrícola, o dado de hoje veio um pouco abaixo das expectativas. Por outro lado, o consumo voltou a mostrar crescimento após a queda registrada no fim do ano passado. Seguimos esperando uma desaceleração da atividade ao longo do ano, refletindo os efeitos defasados da política monetária contracionista.
Inflação de abril nos EUA vem em linha com o esperado
O núcleo do Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês), dos EUA, que exclui componente mais voláteis, como energia e alimentos, veio em linha com o esperado pelo mercado, com crescimento de 0,1% em abril na comparação mensal. Na base anual, o núcleo do PCE desacelerou de 2,7% em março (dado revisado para cima hoje) para 2,5% em abril, também em linha com o esperado. O indicador “cheio” do PCE, por sua vez, também registrou crescimento de 0,1% na passagem mensal. Já na base anual, o recuou foi de 2,3% em março para 2,1% agora.
O Escritório de Análise Econômica (BEA, na sigla em inglês) informou ainda que os gastos pessoais dos consumidores americanos subiram 0,2% em abril, em linha com as expectativas (0,2%) e bem abaixo da medida de março (0,7%), voltando a um patamar mais próximo da normalidade, após a antecipação do consumo realizada em março, antes do maior impacto das tarifas sobre preços de bens. Já na parte de renda pessoal, o índice subiu de 0,7% em março (dado revisado de 0,5%) para 0,8%, bem acima da expectativa de 0,3%.
Nossa visão: os dados divulgados hoje mostram que, em meio a impactos ainda contidos das tarifas, a inflação americana segue caminhando lentamente em direção à meta. Ainda assim, os riscos associados aos impactos da política comercial seguem elevados, justificando a manutenção de uma postura cautelosa por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).
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