Focus: mercado reduz projeções para inflação e revisa PIB
No Radar do Mercado: relatório do Banco Central aponta recuo nas estimativas do mercado para o IPCA de 2025, 2026 e 2027, além de oscilação nas estimativas para o PIB em diferentes períodos
Por Itaú Private Bank

O Banco Central divulgou nesta segunda-feira, 20, mais uma edição do Relatório Focus, registrando queda na projeção do IPCA para diferentes períodos, alterações no PIB para 2025 e 2027 e estabilidade nos demais indicadores.
A mediana das projeções do IPCA para 2025 caiu de 4,72% para 4,70%, ainda acima do teto do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual ao redor da meta de 3,0% ao ano definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2026, a estimativa oscilou de 4,28% para 4,27%, enquanto a previsão para 2027 saiu de 3,90% para 3,83%. Já a expectativa para a inflação de 12 meses à frente, um indicador importante para o Copom, apresentou um leve recuo de 4,13% para 4,12%.
O relatório também registrou alteração na projeção do PIB para 2025, subindo de 2,16% para 2,17%. Para 2026, a estimativa se manteve em 1,80%. Já para 2027, houve uma redução de 1,83% para 1,82%. Em relação ao câmbio, as estimativas se mantiveram para todos os períodos, com 2025 ficando em R$/US$ 5,45, 2026 em R$/US$ 5,50 e 2027 em R$/US$ 5,51.
Por fim, as projeções para a taxa Selic ficaram estáveis, com manutenção em 15,00% a.a. até o final deste ano, 12,25% a.a. em 2026 e 10,50% a.a. em 2027.
Na China, PIB do terceiro trimestre desacelera com dados de atividade apontando sinais mistos
O PIB chinês avançou 4,8% no terceiro trimestre, em relação ao trimestre anterior, frente aos 5,2% do período anterior. Após forte crescimento no primeiro semestre, já era esperada desaceleração ao longo da segunda metade do ano. Olhando os dados na margem, vemos sinais mistos.
A produção industrial da China acelerou de 5,2% em agosto para 6,5% em setembro, bem acima das expectativas do mercado de desaceleração para 5,0%, segundo os dados divulgados pelo Departamento Nacional de Estatística do governo chinês. O crescimento das vendas no varejo, por outro lado, desacelerou de 3,4% para 3,0%, ligeiramente acima das expectativas do mercado, que esperava uma queda para de 2,9%.
Enquanto isso, os investimentos em ativos fixos recuaram de 0,5% para -0,5% no acumulado do ano, versus mesmo período do ano anterior, bastante abaixo das expectativas (0,1%). Adicionalmente, a taxa de desemprego caiu de 5,3% para 5,2% na passagem mensal.
Nossa visão: a desaceleração observada no terceiro trimestre já era esperada e, somada às medidas anunciadas no fim de setembro e na semana passada (com impacto potencial de até 0,7% do PIB), deve resultar em um crescimento ao redor de 5% neste ano.
França: S&P rebaixa rating soberano citando incerteza fiscal e política
A S&P rebaixou o rating soberano da França de AA- para A+, com perspectiva estável, destacando a incerteza fiscal crescente antes das eleições presidenciais de 2027. A agência evidenciou a decisão do novo governo de suspender a reforma da Previdência, aprovada originalmente em 2023.
O movimento segue o rebaixamento feito pela Fitch em setembro. Agora, o mercado aguarda a avaliação da Moody’s (que se encontra em um nível equivalente ao AA-) prevista para 24 de outubro. A sucessão de rebaixamentos reforça a preocupação com a trajetória fiscal francesa em um momento de instabilidade política e dificuldade de avanço em medidas de consolidação fiscal.
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