Inflação brasileira e americana no centro das atenções
Economia e mercados: enquanto o IPCA registrou mais uma deflação em agosto, o CPI dos EUA acelerou e surpreendeu o mercado
Por Itaú Private Bank
As leituras de inflação no Brasil e nos EUA foram os grandes destaques da semana para os investidores. Por aqui, o IPCA registrou mais uma deflação, mas de magnitude menor do que as expectativas. Já o CPI americano acelerou novamente, surpreendendo o mercado, que esperava um aumento mais moderado.
Confira, abaixo, os fatores que impactaram os mercados nos últimos dias.
IPCA recua 0,29%, terceiro mês seguido de deflação
O IPCA teve uma deflação mensal de 0,29% em setembro, vindo de outra queda em agosto, mas a retração foi menor do que o esperado. A principal surpresa veio de preços administrados (energia elétrica e gasolina). Em 12 meses, houve desaceleração de 8,73% para 7,17%. Projetamos alta de 5,5% para o IPCA de 2022 e de 5% para 2023.
Inflação dos EUA acelera e supera expectativas
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA registrou alta de 0,4% em setembro, acelerando na comparação com agosto (0,1%). A leitura surpreendeu o mercado, que esperava um aumento mais moderado. Os dados reforçam a expectativa de mais uma elevação de 75 pontos-base nos juros na próxima reunião do Fed.
Fed vê urgência em controlar a inflação americana
O Fed divulgou a ata de sua última reunião, demonstrando preocupação com a inflação persistente. As autoridades argumentam que é preciso levar os juros para território mais restritivo, ressaltando que o custo de fazer pouco é mais alto que fazer demais. Por outro lado, alguns participantes destacaram que as incertezas exigem cautela para mitigar riscos para ambos os lados.
Volume de serviços cresce acima do esperado em agosto
O volume de serviços do Brasil teve uma alta mensal de 0,7% em agosto, bem acima das expectativas (0,2%). Na comparação anual, o setor teve alta de 8%, assinalando a 18ª taxa positiva consecutiva do indicador. Em nossa visão, a leitura forte indica resiliência do setor, que deve seguir contribuindo positivamente para a economia no 3T22.
Vendas no varejo dos EUA ficam estáveis em setembro
As vendas no varejo dos EUA se mantiveram estáveis em setembro, desacelerando na comparação com a leitura de agosto e abaixo das expectativas (0,2%). De maneira geral, houve revisões para cima dos números de agosto, e as leituras dos núcleos surpreenderam positivamente, reforçando que a desaceleração da economia tem sido gradual.