Inflação medida pelo IPCA-15 supera expectativas em novembro; Trump promete tarifas sobre importações

O IBGE divulgou hoje o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de novembro, que registrou alta de 0,62%, acima da taxa de outubro (0,54%), da mediana das expectativas do mercado (0,50%) e da nossa projeção (0,57%). Em 12 meses, o indicador acumulou alta de 4,77%, acima dos 4,47% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram resultados positivos em novembro. A maior variação e a maior contribuição vieram de Alimentação e bebidas, que registrou aumento de preços pelo terceiro mês consecutivo. Educação, por sua vez, foi o único grupo cujos preços recuaram em novembro. A principal surpresa altista veio em itens mais voláteis, como passagem aérea.

Com relação às medidas de núcleo, que possuem maior relação com o ciclo econômico, os serviços subjacentes aceleraram, ainda que menos que o esperado, enquanto industriais subjacentes mantiveram ritmo, em linha com as expectativas.

Nossa visão: o IPCA-15 superou as expectativas, com um qualitativo de inflação que continua piorando na margem, com aceleração em serviços subjacentes, enquanto industriais subjacentes também seguiram mais pressionados, em função da taxa de câmbio mais depreciada.

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, já provocou reações no mercado global com novas declarações sobre sua política tarifária, antes mesmo de tomar posse.

Em uma publicação feita na noite de ontem (25), o republicano falou da intenção de impor tarifas de 25% sobre todos os produtos importados de Canadá e México. Trump vinculou essa medida a questões de imigração e tráfico de drogas, sugerindo que a resolução desses problemas por parte dos governos dos países vizinhos poderia eventualmente resultar na redução das tarifas.

Além disso, Donald Trump declarou que pretende aumentar em 10 pontos percentuais as tarifas sobre produtos chineses. No entanto, não ficou claro se essa elevação se aplicaria a todas as importações provenientes da China ou apenas àquelas que já estão sujeitas a tarifas.

Apesar das diversas incertezas relacionadas a execução, o anúncio é um reforço de que as tarifas devem seguir sendo utilizadas como ferramenta de negociação pelo próximo presidente americano.

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