IPCA-15 registra deflação em julho

No Radar do Mercado: o indicador desacelerou na comparação com junho e veio ligeiramente abaixo das expectativas; também divulgado hoje, o relatório Focus apontou queda nas expectativas de inflação

Por Itaú Private Bank

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Crédito: Getty Images

IPCA-15 registra deflação em julho

O IBGE divulgou hoje o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de julho, que teve uma queda de 0,07%, desacelerando na comparação com junho e ligeiramente abaixo das expectativas (-0,03%). Nos últimos 12 meses, o indicador acumulou alta de 3,19%, abaixo dos 3,40% observados no período imediatamente anterior.

Quatro dos nove grupos pesquisados apresentaram queda no mês, sendo Habitação o que teve a maior variação e o maior impacto no indicador, devido à incorporação do Bônus de Itaipu na conta de energia elétrica residencial em julho. Outra grande influência sobre o índice geral veio de Alimentação e bebidas. Com a vigência do programa de descontos, os itens de automóveis novos e usados também contribuíram para a deflação no período.

O IPCA-EX3, núcleo que reúne componentes da inflação mais sensíveis ao ciclo econômico, desacelerou mais do que o esperado. O Índice de Difusão, que mede a proporção de itens que tiveram aumento de preços, também recuou, para 47,96%.

Em suma, a leitura corrobora o cenário de desinflação em curso, embora a inflação mais ligada a componentes inerciais e de mercado de trabalho siga em trajetória lenta de recuo. A inflação fechada de julho deve mostrar um número ligeiramente acima de zero, impactado por uma deflação em alimentos e em energia elétrica, mas com aceleração nos preços de automóveis novos com o fim do programa de descontos.

Focus aponta queda nas expectativas para a inflação

O Banco Central divulgou hoje sua edição semanal do Relatório Focus. De maneira geral, houve uma melhora nas projeções do mercado para a inflação.

Em comparação com o relatório da semana passada, a mediana das expectativas para o IPCA caiu para 2023 (4,90%), 2024 (3,90%) e 2025 (3,50%). Para 2026, e estimativa seguiu em 3,50%.

Lembrando que a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3% para os próximos anos, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima.

O PIB (Produto Interno Bruto) permaneceu em 2,24% para 2023 e 1,30% para 2024. Houve alta para 2025 (1,90%) e 2026 (2%).

Com relação à política monetária, a mediana das expectativas para a taxa Selic permaneceu estável para o período de 2023 a 2025, em 12,00%, 9,50% e 9%. Já para 2026 houve ligeira queda (para 8,63%).

Por fim, a mediana das expectativas para a taxa de câmbio (BRL/USD) diminuiu para o final deste ano (agora, a R$/US$ 4,97). Para 2024, e projeção seguiu estável (a R$/US$ 5,05). Houve uma queda para 2025 (a R$/US$ 5,12), enquanto a projeção para 2026 permaneceu estável (a R$/US$ 5,20).

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