IPCA-15 vem abaixo das expectativas do mercado
No Radar do Mercado: IPCA-15 desacelera em outubro e apresenta um qualitativo melhor na margem; nos EUA, inflação medida pelo CPI vem abaixo das expectativas
Por Itaú Private Bank

O IBGE divulgou nesta sexta-feira, 24, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de outubro. O indicador apresentou uma alta mensal de 0,18%, desacelerando em relação a setembro (0,48%) e abaixo das expectativas do mercado (0,21%). Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 4,94%, abaixo dos 5,32% observados em setembro.
Seis dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta, sendo a de maior impacto no indicador cheio vindo do grupo “Transportes”, fortemente influenciado pela alta nos combustíveis e passagens aéreas. Por outro lado, o grupo “Alimentação e bebidas” registrou a quinta queda seguida.
Os núcleos da inflação recuaram. Os serviços subjacentes desaceleraram de 4,8% para 4,6% na média móvel trimestral dessazonalizada e anualizada. Já os industriais subjacentes desaceleraram de 3,7% para 2,8% na mesma métrica.
Nossa visão: o IPCA de outubro veio abaixo do esperado, com destaque para um qualitativo melhor na abertura dos dados, dada a desaceleração das medidas de núcleo.
Núcleo do CPI dos EUA avança em setembro
O núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, que desconsidera itens mais voláteis, como alimentos e energia, registrou alta de 0,2% em setembro, levemente abaixo do registrado em agosto (0,3%) e das expectativas do mercado (0,3%). No acumulado em 12 meses, o núcleo registrou alta de 3,0%, frente aos 3,1% do mês anterior.
Já o índice cheio registrou alta de 0,3%, desacelerando em relação a agosto (0,4%) e abaixo das expectativas do mercado (0,4%), segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 24, pelo Escritório de Estatísticas Trabalhistas (BLS, na sigla em inglês). Com isso, a inflação acumulada em 12 meses avançou de 2,9% em agosto para 3,0% em setembro.
Nossa visão: a leitura de hoje abaixo da expectativa também mostrou abertura benigna, com desaceleração no componente de serviços, especialmente na parte relacionada à habitação, além de mostrar repasse limitado da alta de tarifas no componente de bens. Para a política monetária, a inflação divulgada segue mostrando espaço para a continuidade dos cortes de juros do Fed nas próximas reuniões.
PMI da Zona do Euro mostra atividade resiliente
O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) composto da Zona do Euro de outubro foi divulgado nesta sexta-feira, 24, acelerando de 51,2 para 52,2 pontos, acima da expectativa do mercado (51,1). Com o resultado, o número segue acima dos 50 pontos, o que indica que a atividade continua em patamar expansionista.
A surpresa veio concentrada no PMI de serviços do bloco, que avançou de 51,3 para 52,6, enquanto o PMI industrial apresentou ligeira alta, saindo de 49,8 para 50,0. Na quebra por países, a surpresa veio principalmente da Alemanha, cujo índice subiu para 53,8, compensando a nova queda observada na França (para 46,8).
Nossa visão: o resultado reforça a leitura de resiliência econômica na Zona do Euro e sustenta a expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) mantenha os juros estáveis em 2,0% pelos próximos meses, diante de uma inflação controlada e uma atividade ainda sólida.
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