IPCA fecha o ano acima da meta e payroll de dezembro surpreende

O IBGE divulgou nesta terça-feira o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro, que registrou alta de 0,52% no mês, ligeiramente abaixo da nossa e das expectativas do mercado, ambas de 0,53%. Com isso, o IPCA fechou o ano acumulando alta de 4,83%, acima do limite superior do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual ao redor da meta de inflação de 3,0% ao ano definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas “Habitação” registrou queda em dezembro. A maior variação e o maior impacto vieram do grupo “Alimentação e bebidas”, seguido de “Transportes”.

Em relação às medidas do núcleo, que apresentam maior relação com o ciclo econômico, tanto serviços subjacentes quanto industriais subjacentes vieram um pouco acima do esperado. Já na média móvel de três meses, com dados dessazonalizados e anualizados, a média dos núcleos acelerou de 5,2% para 5,5%, puxada pela aceleração de serviços subjacentes, enquanto o núcleo de industriais subjacentes desacelerou.

Nossa visão: o IPCA de dezembro veio próximo das expectativas, mas com um qualitativo um pouco pior do que o esperado, e confirmou as previsões de um resultado acima do teto da meta de inflação para o ano. De maneira geral, os núcleos de inflação seguem pressionados e não devem arrefecer nas próximas divulgações.

O Payroll, relatório de folha de pagamentos do Departamento do Trabalho dos EUA, indicou a criação de 256 mil vagas em dezembro, bem acima da projeção de mercado (165 mil) e acelerando na comparação com as 212 mil geradas em novembro, uma revisão das 227 mil vagas divulgadas anteriormente.

Com isso, a taxa de desemprego recuou para 4,1%, abaixo do previso pelo mercado, que esperava manutenção em 4,2%. Já a taxa de participação se manteve em 62,5%.

Na parte dos rendimentos, os ganhos salariais por hora trabalhada subiram 0,3% em dezembro, para US$ 35,69, desacelerando em relação à leitura anterior e em linha com o projetado pelo mercado. Nos últimos 12 meses, os ganhos aumentaram 3,9%.

Nossa visão: o dado de hoje, bem acima do esperado pelo mercado, reforça a leitura de uma atividade forte nos EUA, em linha com a expectativa de pausa nos cortes de juros na próxima reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) no final do mês. As atenções se voltam agora para os dados de inflação a serem divulgados na próxima semana.

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