Vendas no varejo contraem em novembro e ata do Fed reforça tom duro
No Radar do Mercado: vendas no varejo recuaram em novembro e reforçaram tendência de desaceleração da atividade no último trimestre de 2024. Nos EUA, ata divulgada pelo Fed reforçou o tom duro adotado na última reunião
Por Itaú Private Bank
Varejo ampliado recua 1,8% em novembro
As vendas no varejo ampliado contraíram 1,8% em novembro na comparação mensal com ajuste sazonal, segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada hoje pelo IBGE. O dado veio bem abaixo da nossa projeção (-0,9%) e da mediana das expectativas do mercado (-0,3%). Em relação a novembro de 2023, o varejo ampliado cresceu 2,1%.
Já as vendas no varejo restrito, que desconsidera veículos, motos, partes e peças, além de material de construção, caíram 0,4% na comparação com outubro, mais próximo da nossa projeção e da projeção do mercado, ambas de –0,3%. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o varejo restrito apresentou alta de 4,7%.
Dos dez setores analisados em novembro, três avançaram e sete contraíram. O destaque positivo no mês foram os “Combustíveis e lubrificantes”, que cresceram 1,5%, enquanto do lado negativo "Veículos e autopeças” registraram queda de 7,6% no mês.
Nossa visão: as contrações na margem de ambos os indicadores, ampliado e restrito, corroboram nossa visão de uma desaceleração na atividade econômica no último trimestre do ano passado. A mesma tendência foi identificada no resultado da produção industrial, divulgado ontem.
Ata do Fed reforça tom duro
O Federal Reserve divulgou a ata da última reunião do seu Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) na tarde de ontem, 8, e reforçou o tom duro adotado no comunicado após a reunião. O documento destacou a deterioração do processo desinflacionário e sinalizou que alguns membros argumentaram a favor de não cortar as taxas de juros na reunião de dezembro.
A ata também mencionou que alguns membros do Comitê já passaram a incorporar em suas previsões o impacto das políticas econômicas a serem potencialmente implementadas pelo presidente eleito Donald Trump, enquanto alguns afirmaram não levar isso em consideração ainda e outros não mencionaram o tema.
Ainda que o ajuste para cima nas projeções de inflação esteja relacionado às recentes leituras mais pressionadas, as estimativas atualizadas também já refletem algum impacto da potencial agenda de Trump, o que, de certa forma, limita a deterioração adicional no caso de políticas inflacionárias realmente serem implementadas no início do novo governo.
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