Payroll: mercado de trabalho segue resiliente

Economia e Mercados: ata da última reunião do Fed sinalizou que os juros estão no pico ou perto dele; Payroll surpreende e indica a criação de 216 mil vagas de emprego

Por Itaú Private Bank

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Crédito: Getty Images/Itaú Private Bank

A primeira semana do ano foi marcada por divulgações importantes nos Estados Unidos. O Federal Reserve publicou a ata de sua última reunião de política monetária, com o documento mostrando que a expectativa das autoridades é de que os juros estejam provavelmente no pico ou próximo dele.

Já o Payroll, relatório de folha de pagamentos, surpreendeu ao apontar que o ritmo de criação de novas vagas acelerou em dezembro, mostrando a resiliência do mercado de trabalho americano.

Confira mais detalhes a seguir.

Payroll: criação de vagas acelera nos EUA

O Payroll, relatório de folha de pagamentos do Departamento do Trabalho dos EUA, indicou a criação de 216 mil vagas em dezembro, acima do esperado e acelerando com relação ao resultado do mês anterior (revisado agora para baixo, em 173 mil). A taxa de desemprego seguiu em 3,7%, enquanto os ganhos salariais por hora trabalhada subiram acima do projetado. Apesar da leitura mais forte do que o esperado pelo mercado, as expectativas para o primeiro corte nos juros pelo Federal Reserve devem seguir dependentes da trajetória da inflação.

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Ata do Fed: juros no pico ou perto dele

A ata da última reunião de política monetária do Fed, quando as autoridades mantiveram os juros e reduziram suas projeções para as taxas em 2024, apontou que os participantes consideram que os juros estão em seu pico ou perto dele no atual ciclo de aperto. Segundo o documento, a postura deve seguir restritiva por algum tempo, mas há maior otimismo com relação à trajetória da inflação, o que pode permitir cortes nos juros este ano, ainda que o momento apropriado ainda seja incerto.

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ISM de manufatura dos EUA segue em nível contracionista

O índice do Instituto de Gerência de Oferta (ISM, em inglês) de manufatura dos EUA avançou em dezembro para 47,4 pontos, acima das expectativas, mas ainda em patamar que indica contração (abaixo de 50). Os componentes de preços e de novas encomendas recuaram, enquanto o mercado projetava uma aceleração. Já o indicador de emprego registrou uma alta acima do esperado, mas também em nível contracionista. A leitura continua sugerindo um quadro de atividade fraca no setor industrial, enquanto os serviços têm sido o principal motor da economia no curto prazo.

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Inflação avança 2,9% em dezembro na Zona do Euro

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Zona do Euro foi de 2,9% em dezembro, na comparação anual, acelerando em relação a novembro, mas em linha com as expectativas do mercado devido a efeito base na Alemanha. O núcleo da inflação, que exclui itens mais voláteis, recuou para 3,4%, seguindo o processo gradual de desinflação. A fraqueza do núcleo na margem, associada à atividade econômica fragilizada, deixa a porta aberta para o Banco Central Europeu (BCE) iniciar o ciclo de cortes dos juros no primeiro semestre do ano.

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PMI de serviços da Zona do Euro é revisado para cima

Na Zona do Euro, o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços de dezembro foi revisado para cima, para 48,1 pontos, nesta semana. O mesmo movimento foi observado no PMI composto, englobando serviços e manufatura, que subiu para 47,6. No entanto, ambos continuam em patamar contracionista. Apesar das revisões, a leitura segue alinhada à expectativa de um PIB contracionista no 4T23, seguido de uma recuperação gradual a partir do primeiro trimestre de 2024.

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Brasil: produção industrial avança acima do esperado

A Pesquisa Industrial Mensal (PIM) de novembro apontou um avanço mensal de 0,5% na produção nacional, acima do esperado pelo mercado (0,3%). Frente a novembro de 2022, a alta foi de 1,3%. O avanço da produção industrial foi impulsionado pelo setor extrativista. Adiante, continuamos esperando que a produção industrial oscile perto da estabilidade. Nosso tracking (estimativa de alta frequência) para o PIB do 4T23 permaneceu em -0,2% tri/tri (+1,75% a/a).

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Sinais divergentes na economia chinesa

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços da China publicado pela Caixin subiu em dezembro, para 52,9 pontos, enquanto o PMI de manufatura avançou para 50,8, ambos acima do esperado. Os resultados, porém, divergem dos PMIs do Escritório Nacional de Estatísticas da China: o de serviços ficou estável, em 49,3 pontos, e o de manufatura teve uma queda, para 49, ambos em patamar que indica contração da atividade. As leituras não alteram a avaliação de uma economia fraca no país, que ainda precisa de mais estímulos para manter o crescimento elevado.

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