PMIs dos EUA e da Zona do Euro mostram atividade forte em agosto

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) composto da Zona do Euro subiu de 50,9 em julho para 51,1 em agosto, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 21. O resultado surpreendeu o mercado, que esperava uma desaceleração para 50,7 e se distanciou ainda mais do limiar de 50 pontos, que indica se a atividade está em retração (abaixo de 50) ou em expansão (acima de 50).

O resultado foi impulsionado pelo PMI de manufatura, que subiu de 49,8 para 50,5, entrando em território expansionista após três anos e superando as expectativas do mercado de uma desaceleração para 49,5. Olhando para a composição, percebe-se que o resultado foi beneficiado por componentes mais cíclicos, mesmo diante do impacto das tarifas comerciais, o que torna o resultado ainda mais positivo. Já o PMI de serviços recuou de 51,0 para 50,7, levemente abaixo da expectativa de 50,8 do mercado, mas ainda em expansão.

Nossa visão: a divulgação do resultado acima do previsto e com composição benigna reforça a tendência de que, diante da inflação na meta e da atividade surpreendendo positivamente, o Banco Central Europeu (BCE) pode ter encerrado o atual ciclo de corte de juros.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI) composto dos EUA divulgado nesta quinta-feira, 21, surpreendeu o mercado e subiu de 55,1 em julho para 55,4 em agosto, na contramão das expectativas de uma desaceleração para 53,5. Com isso, mesmo diante do impacto das tarifas, o índice mostrou que a atividade segue se expandindo.

O resultado foi bastante impulsionado pelo PMI de manufatura que deu um salto de 49,8 para 53,3, superando em muito o limiar de 50 pontos que indica se a atividade está retraindo (abaixo) ou expandindo (acima). As expectativas do mercado, inclusive, eram de que o indicador oscilaria para baixo (49,7). Já o PMI de serviços, continuou em patamar expansionista, registrando uma desaceleração de 55,7 para 55,4 na passagem mensal, menor do que as expectativas de 54,2.

Nossa visão: o forte desempenho do setor manufatureiro no período mais do que compensou a leve queda registrada pelo setor de serviços em agosto, sugerindo uma aceleração da atividade. Destaca-se, por outro lado, que empresas de ambos os setores relataram coletivamente um importante aumento nos preços de insumos, além de um crescente repasse de custos relacionados a tarifas aos clientes.

O Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) divulgou na tarde de quarta-feira, 20, a ata da última reunião do seu Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). O documento saiu defasado por conta dos indicadores já divulgados desde a reunião no dia 30 de julho, mas trouxe duas mensagens principais.

A primeira mensagem é de que, àquela altura, a maioria dos membros do Comitê enxergavam os riscos sobre a inflação como maiores do que os riscos para a atividade. Diante disso, a maioria do Comitê votou pela manutenção da taxa de juros no intervalo entre 4,25% e 4,50%.

A segunda mensagem é de que não houve sinais de dissidência ou argumentos a favor de um corte de juros na reunião de julho de outros membros além dos diretores Michelle Bowman e Christopher Waller, que votaram a favor de um corte de 0,25 ponto percentual.

As atenções do mercado agora se voltam para a fala do presidente do Fed, Jerome Powell, amanhã, 22, no simpósio econômico anual de Jackson Hole, organizado pelo Fed de Kansas City. O foco do mercado na fala de Powell estará em sinais de que o presidente está convencido de que chegou a hora de cortar juros, ou se ainda acredita ser necessário esperar mais.

Quer deixar um comentário? Clique aqui!