Projeções para inflação e Selic sobem no Focus e Trump pode anunciar novas tarifas

O Banco Central divulgou nesta segunda-feira, 10, mais uma edição do Relatório Focus, com elevações nas projeções para inflação e Selic em diferentes prazos e com ligeira queda nas perspectivas para o PIB deste e do próximo ano.

A mediana das expectativas do IPCA para 2025 subiu novamente, de 5,51% para 5,58%, e continuou se distanciando do teto do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual ao redor da meta central de 3,00% ao ano definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2026, também houve alta nas projeções, de 4,28% para 4,30%. Já para 2027, a projeção se manteve estável em 3,90%.

Em relação ao câmbio, as projeções foram mantidas em R$/US$ 6,00 para 2025 e 2026 e em R$/US$ 5,93 para 2027.

Para a Selic, o mercado manteve as projeções de 15,00% ao final de 2025 e 12,50% ao final de 2026, mas elevou de 10,38% para 10,50% a projeção para o final de 2027.

Por fim, a mediana das previsões para o PIB recuou de 2,06% para 2,03% para 2025 e de 1,72% para 1,70% em 2026, mas ficou estável em 1,96 para 2027.

O presidente dos EUA, Donald Trump, pode anunciar em breve uma tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio do país, o que poderá afetar o Brasil, já que os EUA são o destino de 48% das exportações de aço brasileiras e de 16% do alumínio. Os produtos siderúrgicos semiacabados estão entre os principais produtos exportados pelo Brasil para os EUA, ao lado do petróleo bruto, dos produtos semiacabados de ferro e das aeronaves.

Segundo o governo dos EUA, entre novembro de 2023 e novembro de 2024, o Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço, em volume, para o país. Durante o seu primeiro mandato, Trump também impôs uma tarifa de 25% sobre o aço importado pelos EUA. Dois anos depois, o governo americano reduziu a cota de importação de aço semiacabado do Brasil. Em 2022, já no governo de Joe Biden, os americanos revogaram as medidas restritivas.

Além disso, Trump também anunciou que pretende implementar “tarifas recíprocas” –aumentando as taxas dos EUA para corresponder às dos parceiros comerciais – sobre muitos países nesta semana. Ele não especificou quais países, mas as tarifas seriam impostas “para que sejamos tratados de forma igual”.

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