Realização de lucros em bolsas globais

No Radar do Mercado: as bolsas de valores operam em forte queda ao redor do mundo em continuação ao movimento de aversão ao risco visto nos últimos dias

Por Itaú Private Bank

3 minutos de leitura

Nesta segunda feira, as bolsas de valores operam em forte queda ao redor do mundo em continuação ao movimento de aversão ao risco visto nos últimos dias. Alguns resultados decepcionantes de empresas de tecnologia nos EUA, dados mais fracos do mercado de trabalho americano, tensão no Oriente Médio e a elevação dos juros no Japão na semana passada estão por trás dessa correção recente, a qual tem sido exacerbada por métricas de precificação de preços de ações, especialmente no setor de tecnologia nos EUA, que pareciam elevados.

Hoje, o índice Nikkei da bolsa japonesa registrou uma queda de 12,4%, recuando mais de 25% desde meados de julho, em moeda local. Assim como em outros mercados asiáticos, as ações de fabricantes de semicondutores sofreram perdas acentuadas, dada sua exposição a uma possível reversão na onda de entusiasmo com a inteligência artificial. A correção continua agora nos mercados do ocidente, que também lidam com resultados não tão animadores das empresas no segundo trimestre, como citado acima.

Na renda fixa, as mudanças também foram relevantes. Nos EUA, já foi precificada uma redução de juros ainda neste ano superior a 1%. No Brasil, o quadro é diferente, marcado pela discussão acerca da necessidade ou não de uma elevação da Selic em resposta à desvalorização cambial e deterioração das expectativas de inflação. Mesmo assim, a queda de taxas no exterior ajudou a empurrar para baixo também as curvas de juros por aqui, tanto na classe prefixada quanto no juro real.

Acreditamos que no curto prazo os mercados devam continuar sujeitos a fortes mudanças e volatilidade elevada. Neste ambiente de incertezas, ressaltamos a importância de manter a serenidade e a disciplina, com horizonte de investimentos de longo prazo. Clientes que eventualmente estejam com alocações abaixo dos alvos de seus respectivos perfis de risco podem se beneficiar de possíveis oportunidades de compra de ativos desvalorizados para recompor suas carteiras.

É importante destacar ainda que, diante do quadro complexo atual, nossos portfolios recomendados estão bem-posicionados. Nas carteiras internacionais, recentemente reduzimos parte da nossa alocação em renda variável, e incrementamos a renda fixa, num portfólio consolidado que já é mais alocado nesta classe. No momento, temos uma posição neutra em renda variável e acima do neutro em títulos de crédito americano com grau de investimento e em títulos de renda fixa de mercados emergentes. Já em nossas carteiras locais, as decisões recentes também foram acertadas, com redução da exposição em bolsa e incremento em pós-fixados. Assim, mantemos posição acima do neutro em títulos indexados à inflação e abaixo do neutro em bolsa, que consideramos apropriadas para as circunstâncias atuais.

Relatório Focus: expectativas de inflação avançam para 2024 e 2025

O Banco Central divulgou hoje mais uma edição do Relatório Focus. De maneira geral, houve avanço na projeção do IPCA para 2024 e 2025.

Na comparação com a semana anterior, a mediana das estimativas do IPCA avançou para 2024 (de 4,10% para 4,12%) e para 2025 (de 3,96% para 3,98%). Para 2026, a projeção seguiu inalterada em 3,60%. Vale lembrar que a meta do Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Com relação à atividade econômica, as estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) avançaram ligeiramente para 2024, de 2,19% para 2,20%, e recuaram para 2025, de 1,94% para 1,92%. Para 2026, houve estabilidade em 2,0%.

No âmbito da política monetária, as projeções para a taxa Selic ficaram estáveis em 10,50% para 2024 (seu nível atual), avançaram de 9,50% para 9,75% para 2025, e permaneceram inalteradas em 9,00% para 2026.

Por fim, a estimativa para a taxa de câmbio permaneceu inalterada em 2024, a R$/US$ 5,30 e em 2026, a R$/US$ 5,25. Já para 2025, a projeção avançou de R$/US$ 5,25 para R$/US$ 5,30.

Setor de serviços dos EUA avança em julho

O índice do Instituto de Gerência de Oferta (ISM, em inglês) de serviços dos Estados Unidos avançou para 51,4 pontos em julho, superando as expectativas do mercado. Vale lembrar que leituras acima de 50 indicam expansão do setor.

O resultado foi impulsionado pela atividade empresarial, que avançou significativamente. O indicador, que retornou a um patamar expansionista após um mês de contração, reforça o cenário de um setor de serviços ainda resiliente, após uma recente onda de dados mais fracos, especialmente na indústria.

O relatório também indicou que a medida de emprego nos serviços melhorou, passando para território expansionista, apesar da leitura do Payroll, divulgada na última sexta-feira, sugerir uma deterioração do mercado de trabalho na margem.

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